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6.1.12

Um inquisidor em cada esquina?

Defendo que um político não tem que tornar publicas as suas opções sexuais. Não quero saber quantas hóstias um decisor deglutiu ao longo da vida e não me importa se jejua na Quaresma ou no Ramadão. Sou ateu, mas acho que tinha o direito de não o revelar se me apetecesse. Sou contra todos os rótulos que tenham a ver com a estigmatização de orientações sexuais, religiosas ou filosóficas. Talvez por isso não consiga perceber a histeria mediática que agora caiu sobre a maçonaria, com jornalistas que respeito a aplaudir a intolerância, a estigmatizar grupos a partir de indivíduos que eventualmente conheçam, a incitar à violação desse direito à privacidade. 
Se cristãos, maçons ou ateus, budistas ou islâmicos, acumulando ou não várias dessas condições, fizeram asneiras ou cometeram crimes, persigam-nos e julguem-nos. Mas deixem em paz as suas crenças privadas. São privadas sempre que delas não façam causas públicas. mais, não transformem redes sociais - por estranhos que pareçam os rebanhos - em crimes em pensamento. 
Não ponham, no séc. XXI, em cada esquina uma Inquisição. Essas histórias de culpabilizaçoes colectivas nunca começam bem e acabam sempre mal. 


 PS. Uma primeira versão deste texto referia também a orientação ideológica, o que obriga a uma reflexão diferente como me assinalou o Rui Cerdeira Branco. Daí a correcção.

8 comentários:

  1. Subscrevo. Felizmente, há quem, como o Paulo,consiga manter a lucidez no meio de tanta balbúrdia.

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  2. Inquisição não é sinónima de ocultação
    Os inquisidores eram conhecidos tinham status

    só os hereges e os grupos de interesses se ocultam....o cartaz (outdoor eleitoral)da António Gedeão..levou 3 golpes de inquisidores anónimos

    é o que acontece quando a inquisição não funciona

    cria vigilantes e vontades justiceiras

    assis transparência ou menor opacidade é preferível

    é como os grupos de keims de poker e da sueca da residência da escola politécnica...a criação de laços induz cumplicidades

    esta é muito ao estylo princepézinhus

    logo lucidez.....implica
    que fiat lux

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  3. mas cada maçon e cada judeu lá têm as suas razões para não se assumirem

    já o cigano tem honra em assumir-se
    o bom ladrão acaba na cruz

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  4. O que fica por explicar e julgo que a muitos interessava saber, é qual a verdadeira utilidade, numa sociedade que se diz democrática e se quer transparente,duma associação cívica (?) que necessita de cerimónias sigilosas de iniciação,sinais "secretos" ou sigilosos de reconhecimento e que mantém ou parece manter um conjunto de posturas que dão azo a situações como a que assistimos agora.E são estes laicos que depois se riem e troçam da Opus Dei...

    E já agora,não tendo nada a ver, Almada como vai,sr.vereador ?? Para mim, péssima.Dava um filme,não a cidade branca mas antes a cidade morta...

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  5. Bom, o problema é que estes assuntos parecem ter extravasado a esfera do privado porque há, no minimo, suspeitas de que no secretismo privado, com fidelidades juradas, se contaminou a coisa pública.

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  6. dizem que ventos de leste8 de janeiro de 2012 às 14:44

    a campanha anti-pingo doce tirou uns 10% de clientes para o intermarché que estava necessitado

    talvez se possa aplicar o mesmo tipo de campanha para as lojas maçónicas e a clientela vai para a opus dei ou para os antigos alunos do IST ou da Moderna ou....

    que os maçons estão na mó de cima do pacote de influências desde 1974...isso é histórico e não histérico

    não se resolve pondo bancos no jardim para os velhotes jogarem sueca com os putos
    nem risco....

    O Assis está a tornar-se popular se acabasse com certas posições de bloqueio até teria hipóteses
    (por vias das dúvidas vou renovar o passaporte-acaba este ano...sinais do tempo?

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  7. Está-se sempre a «aprender»: então ser-se maçon está na mesma categoria de ser-se budista, cristão ou muçulmano?! A Maçonaria é uma igreja, uma «crença privada»?!

    Eu, ingénuo como sou, pensava que uma verdadeira religião está sempre interessada, sempre receptiva para receber novos fiéis, quaisquer que eles sejam. A fé pode ser privada, pessoal, mas a entidade que a organiza é, tem de estar, actuar, sempre, no domínio público. Uma igreja não é um clube de acesso reservado, a que só se pertence por convite.

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  8. Pois haja cá fé maçónica10 de janeiro de 2012 às 00:43

    há igrejas que recrutam apenas escolhidos


    geralmente são igrejas de suicídios colectivos

    outras são fés tão exóticas que só se abrem aos maníacos e megalómanos
    que querem fazer de messias e apóstolos

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