O António voltou a deixar um comentário na caixa que me pareceu melhor "puxar" para o corpo . Aqui vai:
"Concordo, no geral, com os cuidados do Paulo e com as teses do Porfírio.A avaliação não é apenas necessária, mas urgente.Contudo, custa ouvir a quem teve resposabilidades na criação e manutenção do anterior modelo de avaliação - porque a havia e estava regulamentada em diplomas legais - afirmações repetidas de que não havia avaliação alguma.De facto, tal como estava, dava lugar a todo o tipo de aproveitamentos, e, por isso mesmo, em alguns caos, de eficácia pouco recomendável, mas foi durante anos suportada por diversos Ministérios, incluindo pelos do Partido Socialista. E por isso dói mais!A questão do "castigo" não reside tanto na inexistência de vontade de serem os professores avaliados (excluindo aqueles que, como em qualquer outra profissão e/ou actividade, corporativa ou não, se manifestam sempre contra, ou tudo fazem para a abortar, à avaliação), a questão é todo o processo que, administrativamente, e em pouquíssimo tempo, alterou as regras de funcionamento interno das escolas e dos seus docentes, a começar pela estruturação dos professores em duas categorias, sem cuidar de os avaliar primeiro (como se de um dia para o outro chegassem a marechais e a catedráticos muitos sargentos e muitos assistentes).Convém, antes de tudo, verificar todos os documentos, itens e descritores propostos para a avaliação, e averiguar das pessoas e órgãos envolvidos em todo o processo- sabendo quea) os "objectivos pessoais" devem ser desenvolvidos, também, a partir de "objectivos institucionais";b) que os "objectivos institucionais" devem estar claramente insertos nos Projectos Educativos de Escola (PEE);c) que muitos PEE não se encontram ainda aprovados pelos Conselhos Gerais;d) que muitos Conselhos Gerais não passaram ainda pelos Conselhos Gerais Transitórios, por estes se não encontrarem ainda plenamente constituídos;e) que muitos Regulamentos Internos não foram ainda, por isso, aprovados;f) que há Conselhos Executivos (a quem compete presidir a parte relevante da avaliação) cujos membros não são por vezes titulares;g) que há eleições/nomeações para Directores (que sucedem aos CE) em Março;h) que as avaliações podem começar a ser feitas por CE e ser concluídas entretanto pelo novo Director;i) que os professores que acabam a sua colocação trienal na escola terão que voltar a ela (sejam colocados onde forem) depois de Setembro para concluir a sua avaliação;j) que um docente no secundário, com quatro ou cinco turmas (a uma média de 26/27 alunos por turma - de cursos diferentes e alunos muito diversos) terá dificuldade em estabelecer metas de êxito ao nível da aprendizagem;k) que um docente, tal como está a regulamentação, dificilmente poderá corresponder a uma necessária formação contínua (com manchas horárias incompatíveis e com Centros de Formação estagnados e com uma oferta que continua, amiúde, pouco consentânea com o respectivo domínio profissional).Bom, sejamos práticos, tudo se teria resolvido com mais serenidade se o novo sistema de avaliação, previamente testado, surgisse no seguimento das demais reformas avançadas e já estabilizadas.Tudo isto e muito mais, caro amigo Paulo, é quanto me preocupa, como Professor e membro do Partido Socialista, por tua mão, que muito me honrou e honra.Quanto às teses do meu/nosso comum amigo Porfírio, concordo, reafirmo, no geral, mas, como fez Pe. António Vieira no "Sermão de Santo António aos Peixes", convém descer ao particular!" (António Souto)