Já tenho uma narrativa sobre a crise. Longa vida a todos os que conceberam, trouxeram até nós e aplicam ainda tal estratégia.
26.9.13
Também tenho uma narrativa sobre a crise
Estou a acabar um texto sobre os impactos da crise. Uma montanha de dados, quadros e gráficos depois, concluo que desde 2007 se apoiou os bancos, abandonou as empresas à sua sorte, castigou trabalhadores e pensionistas e, com tudo isto, o Estado ganhou... um monte de dívida que não honrará sem várias e profundas restruturações.
23.9.13
In memoriam António Ramos Rosa
Tudo será construído no silêncio, pela força do silêncio, mas o pilar mais forte da construção será uma palavra. Tão viva e densa como o silêncio e que, nascida do silêncio, ao silêncio conduzirá.
(Rosa, António Ramos, "Tudo será construído no silêncio, pela força do silêncio", O Aprendiz Secreto, Vila Nova de Famalicão, Quasi, 2001, p. 11)
18.9.13
Síria e preocupações humanitárias: que opções?
Imaginemos que nos colocamos do ponto de vista estritamente humanitário e queremos diminuir o sofrimento humano do povo sírio sem escolher entre as duas opções de governo do país que parecem estar em cima da mesa. O que fazer? Esta nota de background, plena de informação, sugere que as intervenções militares de terceiras partes exacerbam esse mesmo sofrimento e provocam intensificação da acção militar e das violações de direitos humanos.
A revisão da literatura que aí se faz não é optimista para os que se coloquem no problema do ângulo humanitário: intervenção precoce para prevenir o conflito (na Síria é tarde demais), actividades de monitorização e investigação (com os limites que tenha, a iniciativa russa sobre as armas químicas é inegavelmente um bom passo, mas absolutamente localizado), missões de garantia da manutenção de paz (estamos ainda longe desse estádio).
Pode parecer cínico, mas quem se coloque estritamente no ângulo humanitário perante a questão Síria tem que esperar ou pela vitória total de uma das partes ou pelo efeito da estranha lei da natureza que provoca nos contendores cansaço e vontade de negociar num certo momento e estar preparada para agir.
Podemos também querer ser parte no desfecho, escolhendo entre a expansão da influência das monarquias do Golfo e o eixo hegemonizado hoje pelo Irão. Mas isso já nada tem que ver com causas humanitárias, é escolher um lado e ir à guerra e intervir para que tenha um desfecho favorável, o que sendo legítimo é outra coisa.
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