27.6.10

Lembram-se da verdade a que temos direito?

"A verdade a que temos direito" era o mote do defunto O Diário, que dava a visão PCP do mundo não como um olhar mas como o olhar.
A muitos títulos o Boletim Municipal é, em Almada, um sucedâneo de péssima qualidade da dificuldade do PCP em lidar com o pluralismo. Para o Boletim, existe o mundo do PCP e é só. O resto, mesmo que exista, não devia existir, portanto apaga-se.
Ermelinda Toscano pôs o dedo na ferida a propósito de uma das "notícias" do último boletim. Escreveu ela que nele se transcreve, a propósito da novela da Loja do Cidadão, parte da Moção da CDU (aprovada apenas por maioria) como se essa fosse a única posição da Assembleia Municipal... quando houve uma outra moção, apresentada pelo Bloco de Esquerda, que colheu a unanimidade de todos os presentes.
Este "pequeno" erro de perspectiva poderia ser exemplificado de outro modo. A propósito, deixo aqui um exercício aos que se queiram dedicar à Kreminologia do Boletim. Depois de o verem de fio a pavio (nem precisam de ler), quantas fotografias encontram de:

a) membros da Assembleia Municipal do CDS, do BE, do PSD, do PS e da CDU?
b) vereadores do BE, do PSD, do PS e da CDU?

Garanto que o exercício terá um resultado absolutamente ilustrativo do pluralismo do Boletim e tem guardada uma surpresa para os que queiram perceber sem margem para dúvidas quem é que os autores do Boletim julgam ser os seus patrões.
Alguém quer fazer apostas sobre o resultado deste pequeno exercício de iconografia kremnilológica?

(Publicado também em Por Almada)

1 comentário:

Minda disse...

Adorei esta análise kreminológica do Boletim Municipal de Almada.
Mais uma curta mas inteligente crítica à actuação da Câmara Municipal. Parabéns.
E obrigada pelas referências ao meu artigo.