9.2.13

Matosinhos

Não é a primeira nem será a última vez que um socialista abandona o partido por discordar de uma decisão sobre uma candidatura local. O próprio Guilherme Pinto, que agora o faz, já foi uma vez candidato do PS enfrentando o seu antecessor, Narciso Miranda, que se candidatou contra ele como independente.
No passado, em Portugal, essas candidaturas independentes nunca foram vitoriosas, se por vitória entendermos ganhar a eleição ao candidato "oficial". Mas há países em que a experiência é diferente (lembrem-se do red Ken, em Londres).
No PS - e eu fui parte dessa decisão, não o renego - o partido sente a dissidência local como a maior ameaça à disciplina partidária que se pode imaginar. Ser candidato a uma câmara contra o candidato do partido dá expulsão, embora ser candidato a Presidente da República não.
O candidato do PS em Matosinhos tem toda a legitimidade formal para o ser, uma vez que foi escolhido localmente e essa escolha não foi, nos termos estatutários, disputada por nenhuma avocação distrital ou nacional. Mas cada socialista, no seu íntimo e na sua reserva inalienável de liberdade, tem direito à sua opinião e eu nunca abdiquei dela.
O candidato António Parada pode ter sucesso na sua campanha eleitoral, tal como alguns outros que vejo anunciados. Não me importa. Basta escutá-los para saber que não são socialistas. E se a direcção do partido os alimenta comete um erro, seja qual for a relação de forças em que se baseia.
Para que não haja equívocos, nestas eleições autárquicas em Matosinhos eu não sou do PS e, camaradas do Largo do Rato, se isso vos incomoda, sintam-se livres para agir em conformidade.

11 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem Paulo Pedroso. Eu não sou militante do PS mas voto neste Partido, apoiar um candidato como Parada é uma vergonha para o Ps e uma vergonha para quem se identifica com os socialistas

A2C disse...

Toda a razão, amigo Paulo. É por estas e por outras, que devíamos pensar em alterar o nosso sistema eleitoral de modo a permitir ao cidadão eleitor votar para além do partido, votar também no candidato que lhe parece oferecer as melhores garantias de servir a comunidade.

JOSÉ MODESTO disse...

Bom Dia.
Apequemo-nos às causas...nunca a um Partido.
José António Terroso Modesto
Militante do PSD de Matosinhos.

Saudações Marítimas
José Modesto

JESanto disse...

No passado, em Portugal, essas candidaturas independentes nunca foram vitoriosas, se por vitória entendermos ganhar a eleição ao candidato "oficial"
Então e as vitórias de Valentim Loureiro e isaltino de Morais contra os candidatos "oficiais" do PSD? Ou estava-se a referir apenas ao PS?

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Isabel Duarte disse...

Não sou PS, mas voto (que remédio..., do mal o menos). Parabéns pela sua coragem. Se eu votasse me Matosinhos, também não votaria PS... Não se pode aceitar todo o tipo de tropelias em nome do "mais vale este do que outro". Provavelmente, não vale. E, a aceitarmos sempre o que as direções dos partidos impõem, nós, os que "apenas" votamos, estamos a legitimar o lixo...

Isabel Duarte disse...

Parabéns pela frontalidade e pela corgam. Também voto PS (do mal o menos...), nem sempre com convicção. Não voto em Matosinhos, mas nunca votaria PS agora. Se os eleitores apoiarem todas as burrices das direções partidárias, com o argumento de que "os outros são piores", todas as tropelias se tornam legítimas. Com o meu voto, não.

Paulo Pedroso disse...

Esclarecimento sobre publicação de comentários

Removi um comentário d eum anónimo. Não por ser de anónimo, nem por ter usado uma linguagem dura sobre episódios lamentáveis ocorridos em Matosinhos, mas por ter uma referência pessoal a António Parada susceptível de ser injuriosa e a política oficial deste blogue ser estrita quanto a essa matéria. Quaisquer comentários, por muito violentos que sejam na apreciação de factos e decisões são bem-vindos. Ataques pessoais, independentemente da simpatia ou antipatia que tenha pelos visados, não posso tolerar, desde que dê conta deles.

Carlos Alberto disse...

Lamento que alguém que foi vitima do julgamento na praça pública, se arrogue agora no direito de ajuizar sobre um Homem que enquanto autarca de freguesia, tem uma obra que fala por si. Mas os tempos não estão para aferir da verdade. De si era a última pessoa que esperava este tipo de comportamento. Olhe venha a Matosinhos, fale com os militantes e veja com os seus próprios olhos.

Melhores cumprimentos

fernando f disse...

Não conheço nada do que se passou em Matosinhos, excepto o que disse Parada, sobre a forma de educar ou reeducar crianças com 14 anos. Não é de facto socialista. Bem dito Paulo.

Anónimo disse...

Parabéns e obrigado camarada, nós aqui em Matosinhos, não temos uma verdadeira liberdade, as pressões foram mais que muitas e custa e custou ver os processos usados pelo grupo Parada. Obrigado por não estarmos sós.