3.12.09

Em Almada, o BE foi a muleta da CDU na aprovação do Orçamento para 2010. Surpresa? Não, é a vida.

Ontem discutimos as Grandes Opções e o Orçamento para 2010 do Município. Podia ter sido uma discussão muito interessante sobre a estratégia para os próximos quatro anos, mas não foi. A Presidente agendou para a mesma reunião dezenas de propostas avulsas, na expectativa de uma discussão rápida. (Que diferença em relação, por exemplo, a municípios nos quais um documento destes ocupa sózinho reuniões com duas e três sessões). Mas, por outro lado, ainda o debate mal tinha começado já estava fechado, dada a atitude do BE. A vereadora trouxe de casa um discurso escrito em que, na sua primeira intervenção no debate, sem cuidar de fazer uma simples proposta ou apresentar uma alternativa, garantia à partida a viabilização das Opções e do Orçamento apresentados pela CDU.
O PS apresentou sete propostas de alteração, incidindo sobre as matérias que consideramos estratégicas. Foram apresentadas, discutidas, atacadas, defendidas, mas, na hora da verdade, a Presidente recusou colocá-las à votação, considerando-as ilegais, assim como recusou aceitar as alterações apresentadas para suprir a inexistente ilegalidade invocada. Assim ficou por saber-se como votariam os diferentes partidos os apoios ao comércio tradicional, as novas infraestruturas turísticas para a Costa da Caparica (piscina oceânica e anfiteatro de ar livre), o apoio à reconversão urbanística das AUGI, a revogação do Plano Mobilidade XXI, a construção de uma passagem desnivelada entre a Avenida Rainha Dona Leonor e a Avenida Aliança Povo MFA ou as novas Escolas Básicas para a Sobreda da Caparica e para o Feijó.
Salvou-se a proposta de que seja elaborado um regulamento de concessão de subsídios ao movimento associativo que obedeça a critérios compreensíveis e a regras de transparência.
Evidentemente, a Presidente da Câmara não teria autocraticamente eliminado as propostas do PS e as sugestões do PSD se o BE não lhe tivesse assegurado à partida que, fizesse o que fizesse, Orçamento e Plano seriam aprovados, dispensando-a da maçada de ter que ter em conta as ideias dos outros partidos.
Assim, fica para a história que a CDU encontrou no BE o vereador que lhe faltava para ver a ssuas propostas aprovadas sem  ter que negociar com as outras forças as medidas com que não concordasse à partida. Desta vez, o BE remeteu-se à simples condição de muleta da CDU. Surpresa? Não, é a vida. O BE diz todos os dias que chegou à Câmara para retirar a maioria absoluta à CDU. Afinal, para já, serviu para lha devolver.

Sem comentários: