Há uma década atrás, um pequeno núcleo de activistas solidários iniciou a aventura do microcrédito em Portugal. Na altura, o Jorge Wemans e a Joana Veloso eram os principais animadores da ideia e, sendo eu Secretário de Estado do Emprego empenhei-me no apoio à iniciativa, não fazendo mais do que a minha obrigação. Recordo, contudo, as resistências que a ideia do microcrédito enfrentava, não apenas nas instituições públicas como no próprio sector bancário.
Constato com alegria que a Associação Nacional do Direito ao Crédito fez o seu caminho, tem hoje 350 associados, apoiou mais de 1000 nosos empregos, ganhou parceiros fortes na banca, continua activa e empenhada e procura maior envolvimento de empresas.
Pessoalmente, acredito muito mais neste tipo de solidariedade para a emancipação do que nas formas mais imediatistas de caritativismo que hoje quase monopolizam o palco mediático das iniciativas de luta contra a pboreza, embora cada iniciativa tenha, evidentemente, o seu lugar próprio e elas não se substituam reciprocamente.
Esta tarde, na Fundação Calouste Gulbenkian têm uma iniciativa comemorativa dos 10 anos para que tiveram a simpatia de me convidar. Lá estarei, a prestar a minha homenagem a quem, na sociedade civil, faz da solidariedade um gesto concreto para promover a emancipação das pessoas que vivem em situação de exclusão.
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