25.1.10

Troca orçamental. Teriamos alternativa?

Ao referir aquilo a que chama a troca orçamental, Pedro Adão e Silva recorda que , sem candidato presidencial de facto e condenado pela realidade a uma troca orçamental com o PSD/CDS, o PS pode continuar a assumir-se como um referencial de estabilidade, mas vai lentamente delapidando a sua base política.
Poderia ser de outra maneira? Posso soar trágico, mas desta vez acho que não. O PS, desde que perdeu a maioria absoluta, está sem cenário B. Nem poderia ter alternativa, mesmo que quisesse, a um Manuel Alegre disponível para as Presidenciais, depois deste ter derrotado o PS há quatro anos atrás e não ter sido recuperado posteriormente para o centro das dinâmicas políticas dos socialistas; nem pode esperar entendimentos sobre as questões essenciais do país com uma esquerda de facto anti europeísta, indiferente às exigências da participação do Euro e convencida de que poderá crescer eleitoralmente no espaço à esquerda do PS se o deixar assumir sózinho todas as responsabilidades pelas dificuldades de conduzir o país no meio da crise mundial.
Neste contexto, não é dificil prever que o ciclo de poder de Sócrates acabe, um dia, mal para o PS, que já se enredou nas teias das tragédias políticas, dos que sabem o seu destino e a ele não têm alternativa. Cada vez mais, o caminho do PS em Portugal me faz lembrar, com anos de atraso, o que conduziu o SPD na Alemanha à profunda crise que hoje vive.

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