10.10.12

Já estava com saudades de me rever completamente numa frase de Jorge Sampaio

"Devo dizer que a austeridade pela austeridade, a austeridade excessiva, pode prejudicar terrivelmente a democracia. Porquê? Porque a democracia precisa de esperança", Jorge Sampaio numa conversa com internautas do Le Monde


E que se pode extrair daqui para um programa político democrata de esquerda? A recordação  de que a esperança nunca foi na sua  história da  uma filha da facilidade. Foi, pelo contrário, referencial inspirador da necessidade de superação da adversidade.  Mas, para que não sejam os que não acreditam na Europa  os beneficiados da tecnocracia liberal que comanda neste momento a resposta europeia à crise, é necessário que haja uma esquerda política pró-Europa, dotada de projecto e convergente em diferentes zonas do continente. 
É essa esquerda que me faz falta e que não vejo crescer nos partidos social-democratas que parecem querer repetir em relação a Merkel o erro que a terceira via cometeu e lhe foi fatal em relação a Tatcher e Kohl. E que também não vejo surgir, evidentemente, nos que acham que o Syriza e o estilhaçar dos equilíbrios e cedências mútuas  que permitiram a UE e o Euro é que é a alternativa.
Pensando bem, não foi por acaso que nem o PS conseguiu produzir política suficientemente forte para enfrentar a crise nem o PCP e o BE tiveram dificuldades de qualquer espécie, perante esse facto, em convergir com o CDS e o PSD, CDS na acção parlamentar cujo desfecho foi o governo que hoje temos.
É tempo de procurar novas fontes de esperança.


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