O Daniel Oliveira não gostou de ver Fernando Nobre a defender a sua novíssima candidatura presidencial dizendo, que nem Pacheco Pereira, que "já ninguém acredita nessas coisas da direita e da esquerda". Mas não deve levar muito a sério estas palavras. Afinal o mesmo Fernando Nobre, para justificar o seu apoio ao partido do Daniel, tinha dito há uns meses que "as ideias que defende o Bloco de Esquerda são as ideias que eu tenho defendido".
Podemos achar o que quisermos do Bloco, mas não podemos acreditar que Fernando Nobre pensava então com honestidade que as ideias do Bloco eram as de que a direita e a esquerda são irrelevantes. Os moralistas em política são muitas vezes assim, intransigentes nos princípios e sólidos até ao dia em que as convicções não dão jeito aos novos objectivos.
Fernando Nobre poderia ter aprendido com Jorge Sampaio, que nunca precisou de renegar a sua convicção de homem de esquerda para fazer uma campanha presidencial de grande transversalidade. Mas não aprendeu.
2 comentários:
Exactamente, Paulo. Assino por baixo.
Ora, cá temos uma novidade.
Fernando Nobre escondia um cunhalista prático.
Álvaro Cunhal sempre cultuou uma praxis, ums filosofia, durante toda a sua vida politica e que se resumia nisto:
- Máxima flexibilidade táctica para uma absoluta rigidez estratégica.
As diferenças de um para o outro?
Imensas.
No Fernando Nobre, em politica, não se entende onde está a táctica e por onde viaja a estratégia.
Sinceramente, parece-me que esta candidatura não é para levar a sério.
Pode ser uma coisa "séria", mas é uma "borregada" do próprio.
A AMI, provavelmente, ir´+a ressentir-se, e muito, desta aventura do valente Nobre.
Abraço,
J.A.
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