23.10.12

Rejeitemos o Orçamento de Estado para 2013, claro.

Os organizadores do Congresso Democrático das Alternativas lançaram uma petição pela rejeição do Orçamento de estado para 2013. Li, assinei e recomendo. (Obrigado, Arrastão, pelo link).
Para que não se gerem dúvidas, a minha posição de partida sobre a resposta adequada à crise é diferente da que saíu do Congresso. 
Os seus protagonistas acreditam que é preciso (e que é possível sem lançar o país no caos) denunciar o Memorando com a troika para a seguir reconstruir o caminho. Eu penso que o caminho possível e necessário abrir a renegociação do memorando sem denúncia, usando as evidências cada vez mais óbvias e assumidas dentro da própria troika de que a receita austeritária é desequilibrada e não funciona. (se quiserem, está aqui ao lado uma "sondagem"  sobre isto e o vosso voto é muito bem-vindo).
Eu estou convencido de que a plataforma que saiu do Congresso das Alternativas não conseguiu acrescentar nada ao debate político. Para a posição que defende já andava por aí, mais coisa menos coisa, quer o BE, quer o PCP, conforme se prefira o estilo e a linguagem de um ou de outro. 
Estou convencido que o Congresso das Alternativa parte de uma premissa errada sobre o destino do país, do seu papel na Europa e do papel da Europa entre nós. Não vejo a Europa como uma imposição externa, um negócio de que devemos tentar livrar-nos quando não há saldo positivo na contabilidade, mas como um jogo de que fazemos parte e em que, para nosso mal, a esquerda tem sido derrotada. Eu não estou preocupado com o domínio alemão sobre a Europa; estou preocupado por a Europa ser dominada por uma alemã de direita. Estou convencido de que o corolário lógico da posição do Congresso, não formulado por razões tácticas, mas absolutamente relevante para definir o seu destino, é a saída de Portugal do Euro. E não vou por aí.
Mas acho que a esquerda deve continuar a debater-se, porque ninguém tem o monopólio da verdade, nem sequer o do erro. E, sobretudo, esta petição nada diz com que não concorde. 

2 comentários:

Anónimo disse...

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P.

Rui MCB disse...

Caro Paulo, em que condições admitiria a saída de Portugal do Euro?