19.1.10

Novo convite a Vitor Dias, agora para serviço público em matéria de política internacional do PCP

Vitor Dias não gostou que lhe respondessem ao seu elogio ao serviço público a propósito de um livro de rui Mateus. Pensa, erradamente, que foi o incómodo que me moveu. Aproveito para lhe dizer que se o considerasse um dos papagaios do partido, não perderia tempo consigo e que agradeço o que perdeu, até agora, comigo.
Parece que, embora respondendo-me, não aceitou o desafio para falar sobre os financiamentos ao PCP. Também não esperava que o aceitasse, aliás. Mas que era serviço público, era.
Quanto ao seu apreço pela obra de Rui Mateus, agora o Vitor muda de tom, prefere o burlesco. Como compreendo que tenha gostado das passagens sobre os elos entre o PS, o Iraque, a Roménia, a Líbia e a Coreia no Norte. Aproveito para o informar que Rui Mateus  deixou de herança no Departamento Internacional do PS ao seu sucessor, Jorge Sampaio, centenas de obras de propaganda desses regimes talvez seus (dele) amigos. Saiba que a biblioteca sobre o ideal Zuche, tive o prazer de ajudar a removê-la... para o lixo. Saiba ainda que, era jovem mas tive orgulho em ter sido a pessoa escolhida para comunicar ao então Embaixador da república Socialista da Roménia que o PS não se faria representar no que veio a ser o último Congresso do Partido Comunista e ao qual genuinamente me não recordo hoje se o PCP foi e a que nível. (Mas foi, não foi?). Já agora, caro Vitor Dias, que puxa estas potências - a que se junta o Iraque e a Líbia - à liça, aceitará que lhe pergunte se está entre os que ainda hoje consideram a Coreia do Norte uma experiência socialista relevante. Já que não prestou o outro serviço público que lhe pedi, dê-me agora uma lição pública sobre a relação entre a Coreia do Norte e o socialismo. Você não é flor de estufa tão frágil que se incomode por lhe pedir que elabore sobre esta evolução recente da visão do mundo do PCP, pois não?

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Paulo Pedroso:

Se, para além do passado mais distante, acompanha nem que seja ao de leve o meu blogue, então deveria ter todas as razões para não me atribuir a ideia de que Coreia do Norte é uma «experiência socialista relevante».

Aliás, não conheço nenhum texto relevante do PCP, designadamente as Resoluções de Congresso, que use tal fórmula.

Se porventura pensa que há, faça então o favor de mostrar.

jose albergaria disse...

Vítor Dias, já se sabia, é manhoso.
Utiliza truques e pratica lances estalinistas (poeira para os olhos, descredibilizar os adversários e, sobretudo, uma pesporrência quanto ao "conhecimento" do PCP que os outros podem ter...ou não).
O Paulo Pedroso desafiou-o duas vezes. Nos dois desafios, "aos costumes disse nada".
Mais um desafio.
Em que documento do PCP está vertido este naco de prosa?:
"Embora com graus e aspectos diferenciados, deve ser valorizado na resistência à nova ordem imperialista, o papel dos países que definem como orientação e objectivo a construção de uma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos, R. D. P. da Coreia. Para além de apresentarem profundas diferenças entre si, estes países constituem importantes realidades da vida internacional, cujas experiências é necessário acompanhar, conhecer e avaliar, independentemente das diferenças que existem em relação à nossa concepção programática de sociedade socialista a que aspiramos para Portugal, e de inquietações e discordâncias, por vezes profundas e de princípio, que nos suscitam."
E agora, como vai ser?
Vamos discutir a semântica?
A formulação?
E se cotejarmos este texto com a resposta, essa, inequívoca, dada pelo jovem líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerando a R.D.P. da Coreia, de facto, uma democracia?
Passar bem,
José Albergaria
PS- Para quando a resposta aos "financiamentos" ao PCP? Por mim, estou SEMPRE disponível para qualquer esclarecimento superveniente às minhas afirmações.

Anónimo disse...

Muito obrigado a J. Albergaria por ter aqui feito uma citação da Resolução do último Congresso do PCP, persistentemente deturpada e treslida.

Porém,pelos vistos,espero que não seja o caso de Paulo Pedroso que tem outras responsabilidades intelectuais, J. Albergaria reduz a uma questão de discussão semântica a diferença enorme que há entre «experiência socialista relevante» e um registo sobre o papel de alguns países no contexto do anti-imperialismo, entre ser o PCP a qualificar a Coreia do Norte de socialista e dizer - como diz- que há um conjunto de países QUE DEFINEM (são eles que definem)o socialismo como seu objectivo, entre identificação política e explicitadas divergências e diferenças que o PCP assinala por força do seu distinto projecto de socialismo para Portugal.

Tudo visto, afinal, segundo Albergaria, as palavras (dos outros, pois claro) não valem nada, o que vale são os clichés e falçsificações que J. Albergaria alberga na sua mente.

jose albergaria disse...

Vitor Dias, não se sabia, tornou-se, agora, preguiçoso.
Não era qualidade que se lhe conhecesse...mas, a idade, não perdoa.
A citação, que eu utilizo não é da Resolução do último Congresso, mas sim da referente e aprovada no XVII,em Almada, em Novembro de
2004 no qual foi ungido o metalúrgico de Piriscoxe.
E esta formulação é inovadora e anuncia um NOVO impulso que Jerónimo de Sousa e a sua equipa (onde já não se encontra o VD, que foi dispensado do CC no XVIII Congresso)vai dar à intervençao do PCP.
Se se for ler a resolução do XV, do XVI, ainda no consulado do economista Carlos Carvalhas,ver-se-á que a formulação é, quase cunhalista, irrelevante no que concerne aos países socialistas.
Eu bem pressentia que VD ia levar a questão para a semântica.
Conhecendo-se a "lingua de madeira" dos comunistas, qual a diferença entre "experiência socialista relevante" (fórmula não marxista do Paulo Pedroso)e a do PCP, que sustenta "o papel dos países que definem como orientação o objectivo da construção de uma sociedade socialista - Cuba,China,Vietnam, Laos, R.D.P. da Coreia."?
Não é fácil explicar a um não marxista, a um não comunista a diferença. Mas admita-se...
No entanto o desafio era outro.
E, quanto a esse, mais uma vez, o VD deu um tiro na água.
Eu respondo-lhe, sempre, com FACTOS, com argumentos ( de quando em vez, com algumas picardias à mistura, para me pôr ao nível das preocupações intelectuais do V.D.).
Agora, o que faz o V.D.?
Acusa-me de clichés...de falsificações.
Então eu dou à estampa um NACO da prosa da Resolução Politica saida do XVII Congresso (que o VD confunde com o último, o XVIII...talvez traumatizado com o afastamento de que foi vitima...)e acusa-me de falsificação?
Então e os clichés?
Confrontei-o com financiamentos, linhas e estratégias, do PCP, em concreto e, o VD, aos costumes disse nada e NADA continua a dizer.
Confrontei-o com as declarações (publicadas) do Bernardino Soares, líder da bancada do PCP, membro da CP do CC do PCP sobre a Coreia do Norte ser um democracia e, VD, mais uma vez - NADA!
Na minha mente o que se alberga é uma vontade de encontrar a VERDADE (coisa que para si é igual a coisa nenhuma)e, sobretudo, no caso vertente,denunciar o despudor que o habita no tratamento da realidade, sempre que se trata de "assassinar" os seus adversários politicos.
E isto só é metafórico por que os comunistas não estão no poder. Se tal fosse o caso poderia ser mesmo uma realiodade fisica, como aconteceu na URSS e acontece, TODOS os dias, no País onde se constrói o socialismo: a CHINA!
Isto não é verdade? Isto são falsificações? Isto são clichés?
Passe mal.
Eu fico, depois destes textos trocados,com a convicção que não reponderá nem a metade de uma das questões que lhe coloco por que, para os comunistas, para o comunista V.D., a VERDADE não é, de facto revolucionária é, talvez, uma categoria ineficiente da propaganada politica.
J.A.

Paulo Pedroso disse...

Caros Vitor Dias e José Albergaria,

A mim basta-me ver Vitor Dias incomodado com o facto de que quem hoje manda no PCP não seja capaz de manter face a anedotas de socialismo como a dinastia da Coreia do Norte a distancia que eu acho que se impõe e me parece que ele gostaria que fosse mantida. Cruzando o discurso do PCP com Vitor Dias dir-se-ia que, para compatibilizar as coisas ele acha que a Coreia do Norte tem uma experiência socialista... mas irrelevante (acrescentem sorrisos aqui).
Percebo-o, mas o caminho do PCP vai inegavelmente num sentido bem diferente da distancia que Vitor Dias parece que gostaria que fosse mantida. Em todos os partidos vivemos com coisas que desagradam a espiritos livres. felizmente no meu, apesar de tuso, são coisas mais pequenas do que esta.
Temos que viver com isso ou, como diria Guterres, é a vida. No caso, para citar um autor de que Vitor Dias gostará mais, os comunistas que desprezem a Coreia do Norte têm que engolir um grande sapo com os actuais rumos. E nem precisamos de ler Domingos Lopes para perceber a regressão de pensamento do seu Partido...
Para finalizar, repito que, se considerasse Vitor Dias um papagaio do Partido, nada desta troca de posts valeria a pena. Contudo, os desafios feitos ficam de pé.