Defendo que um político não tem que tornar publicas as suas opções sexuais. Não quero saber quantas hóstias um decisor deglutiu ao longo da vida e não me importa se jejua na Quaresma ou no Ramadão. Sou ateu, mas acho que tinha o direito de não o revelar se me apetecesse.
Sou contra todos os rótulos que tenham a ver com a estigmatização de orientações sexuais, religiosas ou filosóficas.
Talvez por isso não consiga perceber a histeria mediática que agora caiu sobre a maçonaria, com jornalistas que respeito a aplaudir a intolerância, a estigmatizar grupos a partir de indivíduos que eventualmente conheçam, a incitar à violação desse direito à privacidade.
Se cristãos, maçons ou ateus, budistas ou islâmicos, acumulando ou não várias dessas condições, fizeram asneiras ou cometeram crimes, persigam-nos e julguem-nos. Mas deixem em paz as suas crenças privadas. São privadas sempre que delas não façam causas públicas. mais, não transformem redes sociais - por estranhos que pareçam os rebanhos - em crimes em pensamento.
Não ponham, no séc. XXI, em cada esquina uma Inquisição. Essas histórias de culpabilizaçoes colectivas nunca começam bem e acabam sempre mal.
PS. Uma primeira versão deste texto referia também a orientação ideológica, o que obriga a uma reflexão diferente como me assinalou o Rui Cerdeira Branco. Daí a correcção.
8 comentários:
Subscrevo. Felizmente, há quem, como o Paulo,consiga manter a lucidez no meio de tanta balbúrdia.
Inquisição não é sinónima de ocultação
Os inquisidores eram conhecidos tinham status
só os hereges e os grupos de interesses se ocultam....o cartaz (outdoor eleitoral)da António Gedeão..levou 3 golpes de inquisidores anónimos
é o que acontece quando a inquisição não funciona
cria vigilantes e vontades justiceiras
assis transparência ou menor opacidade é preferível
é como os grupos de keims de poker e da sueca da residência da escola politécnica...a criação de laços induz cumplicidades
esta é muito ao estylo princepézinhus
logo lucidez.....implica
que fiat lux
mas cada maçon e cada judeu lá têm as suas razões para não se assumirem
já o cigano tem honra em assumir-se
o bom ladrão acaba na cruz
O que fica por explicar e julgo que a muitos interessava saber, é qual a verdadeira utilidade, numa sociedade que se diz democrática e se quer transparente,duma associação cívica (?) que necessita de cerimónias sigilosas de iniciação,sinais "secretos" ou sigilosos de reconhecimento e que mantém ou parece manter um conjunto de posturas que dão azo a situações como a que assistimos agora.E são estes laicos que depois se riem e troçam da Opus Dei...
E já agora,não tendo nada a ver, Almada como vai,sr.vereador ?? Para mim, péssima.Dava um filme,não a cidade branca mas antes a cidade morta...
Bom, o problema é que estes assuntos parecem ter extravasado a esfera do privado porque há, no minimo, suspeitas de que no secretismo privado, com fidelidades juradas, se contaminou a coisa pública.
a campanha anti-pingo doce tirou uns 10% de clientes para o intermarché que estava necessitado
talvez se possa aplicar o mesmo tipo de campanha para as lojas maçónicas e a clientela vai para a opus dei ou para os antigos alunos do IST ou da Moderna ou....
que os maçons estão na mó de cima do pacote de influências desde 1974...isso é histórico e não histérico
não se resolve pondo bancos no jardim para os velhotes jogarem sueca com os putos
nem risco....
O Assis está a tornar-se popular se acabasse com certas posições de bloqueio até teria hipóteses
(por vias das dúvidas vou renovar o passaporte-acaba este ano...sinais do tempo?
Está-se sempre a «aprender»: então ser-se maçon está na mesma categoria de ser-se budista, cristão ou muçulmano?! A Maçonaria é uma igreja, uma «crença privada»?!
Eu, ingénuo como sou, pensava que uma verdadeira religião está sempre interessada, sempre receptiva para receber novos fiéis, quaisquer que eles sejam. A fé pode ser privada, pessoal, mas a entidade que a organiza é, tem de estar, actuar, sempre, no domínio público. Uma igreja não é um clube de acesso reservado, a que só se pertence por convite.
há igrejas que recrutam apenas escolhidos
geralmente são igrejas de suicídios colectivos
outras são fés tão exóticas que só se abrem aos maníacos e megalómanos
que querem fazer de messias e apóstolos
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