Enquanto muitos se perdem na espuma do curtissimo prazo, já nem vendo as àrvores, mas apenas alguns dos seus ramos, há quem se dedique a pensar os nossos problemas estruturais e os nossos verdadeiros problemas de fundo.
Mário Murteira, na Areia dos Dias (obrigado Acácio por me ter chamado a atenção para o link), reflecte sobre as dificuldades estruturais que nos criou a integração no capitalismo da hoje Europa alargada e que muitos, mesmo entre os que se movem profissionalmente de modo exclusivo no triângulo educação-formação-relações de trabalho ainda não viram.
Há um conflito, dificilmente superável, do curto e do longo prazo, como horizontes da Política Económica Nacional. Ou, dito doutra forma, entre a gestão precipitada da economia nacional, à beira do colapso financeiro, em ambiente de crise económica mundial, e a gestão prudente do desenvolvimento dos recursos humanos nacionais, com correspondentes reformas no sistema educativo e nas condições actuais do «diálogo social», implicando além do mais uma verdadeira metamorfose sindical.
Conseguir alguma forma de conjugação eficaz destas duas visões da Política Económica, parece ser o principal desafio da Política «tout court», no Portugal de hoje.
O problema, caro Professor, é que a metamorfose necessária para resolver esse conflito é bem mais ampla do que a sindical, é patronal, é político-ideológica, é a reinvenção dos caminhos nacionais e nem a simples gestão dos constrangimentos nem a apetência de poder de um sector liberal sem tradição e, julgo, sem futuro a médio prazo em Portugal vão por aqui.
1 comentário:
Caro Paulo,
Fiz link para "A Carta a Garcia".
Obrigado,
OC
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