31.5.14

Não se "meio-refresca" uma legitimidade

O pior que podia acontecer hoje ao PS era uma solução confusa para o seu problema de liderança. Seguro, ao anunciar que convoca primárias para Primeiro-Ministro e até se prontificar a rever estatutos para isso, reconheceu que a necessidade de relegitimar a liderança da oposição é real. As tentativas de dizer "o Partido sou eu" nestas circunstâncias são patéticas e  prejudicam o Partido sem sequer salvar a liderança ameaçada.
Se a crise narcísica do líder ameaçado não for contrariada plea força do PS como instituição; se ninguém convencer Seguro de que se colocou num beco sem saída ao não deixar por em causa que é lider enquanto se pōe em causa que sirva para governar o país, preparem-se para a primeira grande recomposição do sistema partidário desde o pacto MFA-partidos.
Todos sabemos que é impossível Costa ser candidato a Primeiro-Ministro e Seguro lider do PS ao mesmo tempo. Com ou contra o líder actual do PS, as duas questões resumem-se hoje à mesma e Seguro, assim, ou ganha ou sai desnecessariamente, humilhado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez o secretário geral do PS perdeu uma oportunidade de se afirmar pela positiva e demonstrar que a sua única motivação é servir o País, no entanto isso mais uma vez não aconteceu em vez se criar condições imediatas para a realização de um congresso para que um debate interno onde as ideias fossem debatidas livremente com propostas concretas para que os militantes e o povo em geral pudessem verificar bem toda a diferença de métodos e programa com a actual equipa dirigente que nos governa...., preferiu antes inventar o tal plebiscito para candidato a 1º. ministro.
O PS bem como a maioria das organizações democráticas tem a tradição de que o secretário geral ser sempre candidato a 1º. ministro, a alternativa proposta não passa de uma incrível vontade de não abdicar do cargo bem como de passar atestado de menoridade e défice democrático aos seus militantes.
O PS é constituído por um grupo de militantes e é a eles que compete eleger o seu secretário geral e só assim é que a coesão interna se fortalecerá para o bem de todos e sobretudo do país.
Ao povo português também nas democracias compete ao povo eleger o seu primeiro ministro com o seu voto no partido mais votado.
A isto foi concebido chamar-se a democracia, nos partidos decidem os militantes no país o povo, e por muito que me esforce não consigo conceber Democracia sem partidos, nem sem a responsabilidade activa dos seus militantes, para quando algo estiver mal poder mudar exercendo esses direitos que o estatuto dos partidos assim concebem, tudo o resto é demagogia populista como a proposta pelo A. J. Seguro.
Mais uma vez enalteço a atitude do António Costa para servir a país e o partido sendo candidato a Secretário Geral e Ministro.
Bem Haja

Eva Estrela disse...

...Com efeito a prolongada "crise narcísica do líder" parece querer estender-se até final de setembro/princípio de outubro. Afirmava ontem um dos comentaristas com passado JS que era assim mesmo que se posicionavam no seu partido (PSD)quando pretendiam ' entalar'o adversário. Compreensível, a carapaça assenta ainda que nem uma luva à mentalidade e à produção de efeitos perversos do actual futuro ex-líder do PS.Bastará observar o nervosismo, as sobrancelhas em arco auto-justificativo e a velocidade do seu (dele) discurso na entrevista à Sic Notícias...