14.11.08

Depois da manifestação do fim-de-semana passado

Pessoalmente, só vejo uma alternativa: negociar com os interlocutores que querem melhorar o modelo de avaliação sem o interromper e vencer os outros. Sobretudo não se pode perder de vista o essencial: a escola pública não está bem e há trinta e cinco anos que procura tornar-se, com sucesso muito relativo, democrática. Tudo o que se possa fazer para aumentar o seu sucesso nesta missão vale a pena. Ninguém tem o monopólio da razão, mas também não me parece que haja direito constitucional à passividade.

2 comentários:

Porfirio Silva disse...

Convite. Dê a sua opinião sobre a avaliação dos professores. Diz que é uma espécie de inquérito.

Anónimo disse...

1) Sou professor, por vontade própria (com licenciatura no ramo científico e licenciatura no ramo de ensino - seis anos!);
2) Tive, até agora, prazer no mister de ensinar;
3) Bem ou mal, por decisão de muita gente que hoje denuncia nunca ter havido avaliação, fui, de facto, avaliado;
4) Apresentei, nos momentos devidos (de quatro em quatro anos, porque alguém assim estipulara), relatórios e certificados de formação, formação que sempre teimei em fazer, em área da minha especialização (por vezes paga), sem faltar a aulas;
5) Fiz, também sem faltar a aulas, uma pós-graduação em domínio da minha especialização;
6) Tenho mais de 20 anos de ensino (com interregno de três anos num Ministério);
7) Fui (e sou) Director de Turma (num ano fui Director de duas Turmas);
8) Fui Coordenador do meu Departamento (na ocasião com cerca de 30 professores);
9) Fui membro do Conselo Pedagógico;
10) Fui Presidente do Conselho Pedagógico;
11) Fui promotor da Área de Projecto na EScola e docente desta área curricular em Questões de Cidadania;
12) Porque houve suspensão do tempo de serviço para efeitos de progressão, não transitei para o 8º escalão;
13) Porque não transitei, não pude concorrer a titular;
14) Sou, pois, um Professor não senior que só poderá progredir (dada a reconversão dos escalões) em Setembro de 2009;
15) Uma vez mais, será tarde para concorrer a titular (cujo processo estará já encerrado;
16) Talvez ao fim de mais quatro anos consiga concorrer;
17) Até lá, correrei o risco de poder ser avaliado por colegas que coordenei e avaliei enquanto Presidente do Conselho Pedagógico, mas que são titulares por acto administrativo cego;
18) Dito isto, e apesar de tudo isto, continuo a pensar que a avaliação deve existir, como sempre existiu (e continuam vivos quantos a criaram e mantiveram!), mas melhorada e atenta à dedicação e à qualidade;
19) Mas assim às escuras, como quem teimosamente quer castigar em ignorâcia ou má-fé, NÃO!
20) Do trabalho que o professor (honesto) tem, na escola e fora dela, abstenho-me, por ora, mas que ultrapassa em muito as 35 horas, lá isso ultrapassa, para mal nosso e da nossa família, que a temos, como todos...