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25.2.09
O debate desta tarde no Parlamento Global
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De novo a silly season, agora a PSP de Braga
Portugal transformou-se num país em que basta uma denúncia para haver crime. Depois da senhora magistrada do MP de Torres Vedras não ter percorrido 200 metros para investigar se a fotografia desfocada do Magalhães carnavalesco tinha conteúdo ofensivo, a PSP de Braga não hesitou em apreender livros que "diz que" têm uma capa pornográfica, que por acaso é de uma obra de arte.
Em Portugal, quem devia investigar recuperou o velho hábito de ter certezas antes de ter dúvidas e em democracia devia ser ao contrário.
Agora que acabou o Carnaval, vale a pena reflectir sobre as causas destes tiques.
22.2.09
Noite estrelada
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20.2.09
A silly season do MP de Torres Vedras
O Carnaval são três dias. Quarta-feira o Ministério Público de Torres vai informar-nos que os seus despachos e contra-despachos sobre o Magalhães foram um esforço filantrópico de promoção ao corso. Como há desfile terça-feira, haverá novo despacho na segunda?
19.2.09
Moderar o recurso dos cidadãos a cirurgias e internamentos?
As taxas moderadoras em ambulatório e internamentos de curta duração foram introduzidas nesta legislatura, muitos e muitos anos depois de todas as outras. Na altura, escrevendo no Canhoto, deixei clara a minha oposição a este passo.
O tema volta, agora, à discussão na Assembleia da República, através de propostas que visam eliminá-las mas só poderiam entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2010, já depois das próximas eleições.
Antes disso, só o Governo pode mudar a situação. Já deu um passo nesse sentido quando reduziu em 50% as novas taxas na mesma portaria em que subiu todas as outras. Poderia dar outros, conjunturalmente face à crise, ou estruturalmente, lançando a propósito dos 30 anos do Serviço Nacional de Saúde um conjunto de iniciativas que repensem o seu financiamento e não passem pela introdução subtil do co-pagamento destes cuidados de saúde nem por taxas moderadoras que se aplicam a serviços dos quais não é crível que haja propensão para uso excessivo, como cirurgias e internamentos hospitalares.
17.2.09
Complexopolítico-energético e risco de crise social na Rússia
Carlos Santos prevê vida curta ao Presidente Putin, depois de passar em revista os riscos de confronto social na Rússia. Terá razão? Certo é que o complexo politico-energético russo tem pés económicos de barro e, vendo a questão de outro ângulo, uma fragilidade interna que pode ser ameaçadora do exterior. De facto, com pouca riqueza para distribuir pode o sistema querer vender orgulho aos russos à custa dos vizinhos e da estabilidade mundial. A questão do empréstimo ao Kirquizistão em troco do fecho de uma base americana importante para as operações no Afeganistão, a afirmação militar na Geórgia e o impasse de Janeiro no fornecimento de gaz à Europa Ocidental não são factos desligados entre si.
Joe Biden, na Europa e Hillary Clinton, no Senado, já nos avisaram de que podemos estar a descurar a segurança europeia mas os europeus - e em particular os alemães e os italianos - estão a ver antes o lado da parceria económica. Quem estará a definir a melhor estratégia?
Uma pergunta a quem não acha que quanto pior melhor.
O Elísio Estanque está céptico em relação à evolução previsível do PS. Compreendo-o, embora esteja, por agora, mais optimista. Há, contudo, um ponto em que, tal como eu, se afasta claramente da teoria do quanto pior melhor a que vários sectores da esquerda são particularmente vulneráveis. Escreve ele, abordando um dos pontos importantes do debate:
O país vai ter que ser governado, e prefiro que o seja com base em opções e políticas sociais de esquerda (ou de centro esquerda) do que entregar o poder ao total controlo de quem mais estimulou os factores da actual crise.
Haverá por aí algum partido de centro-esquerda ou de esquerda que se aproxime mais desta visão do que o PS?
14.2.09
A dificuldade táctica
As divergências de modelo de sociedade futuro entre um PCP nostálgico do regime soviético, um BE que aposta num regime socialista que reconhece nunca ter existido e um PS que procura o aprofundamento radical da democracia parecem razoavelmente exotéricas a um número significativo de eleitores preocupados com a crise económica, o risco de desemprego e as debilidades actuais do país.
Apesar das grandes diferenças ideológicas entre os partidos, os eleitores circulam entre eles. Muitos já votaram umas vezes no PS, outras no PCP e outras ainda no BE ou nos partidos de que nasceu. Todos o sabem. Mas o PS está a introduzir uma novidade na questão. Dá sinais de tentar renovar a maioria reposicionando-se à esquerda, dando prioridade às classes médias, combatendo as desigualdades, erradicando discriminações persistentes.
Essa orientação gerará, evidentemente, dificuldades tácticas ao PCP e ao BE. Não será surpreendente, pois, que radicalizem o seu discurso sobre o PS enquanto não encontrarem novo rumo. (publicado no Diário Económico de 13 de Fevereiro)
13.2.09
Darwin, autoridade científica e religião
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10.2.09
9.2.09
Desemprego: apesar de tudo, Portugal resiste
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O vício antigo do sectarismo
Vital Moreira registou, com justeza, a expressão adequada para o clima da Convenção do Bloco em relação ao PS: obsessão. Pode ler-se, aqui, aqui e aqui.
A atitude do Bloco tem a virtude de não ser equívoca e de procurar destruir todas as pontes antes que sejam lançadas, para que ninguém possa mais tarde sentir-se enganado.
O Bloco não pretende juntar forças contra a crise; não pretende juntar forças contra a direita unida em Lisboa; não pretende juntar forças contra a possibilidade de um entendimento político do PS com o PP. Não pretende que toda a esquerda seja maior para que a direita seja circunscrita. O seu inimigo principal é o PS. É contra ele que pretende juntar forças. Quem tanto se engana no adversário enferma de um vício antigo: sectarismo.
Mas devo dizer que não me impressiona. A história demonstrou que os sectários de hoje são frequentemente os que mais procuram ter sentido de oportunidade amanhã. O sectarismo e o oportunismo não são adversários, são mesmo irmãos gémeos. Ao PS cabe ter a tolerância de que o Bloco, para exacerbar os seus apoiantes, não é capaz.
(Publicado também no Canhoto)
A agressão entre colegas na escola é um fenómeno socialmente transversal
O caso de agressão entre colegas numa escola básica de Almada, que hoje vi noticiado, vai dar provavelmente lugar à mais diversa sociologia espontânea sobre situações de desfavorecimento social. Mas o fenómeno é socialmente transversal,como recordo no Canhoto.
8.2.09
A teologia política de Obama: pós-secularismo ecuménico
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6.2.09
A Europa deve ajudar os EUA a fechar Guantánamo, recomenda o Parlamento Europeu
A Europa deve ajudar os EUA a fechar Guantánamo, recomenda o Parlamento Europeu
Esta semana o Parlamento Europeu aprovou uma proposta que "insta os Estados Membros, caso a Administração norte-americana o solicite, a cooperarem na busca de soluções, a estarem preparados para aceitar reclusos de Guantânamo na UE, a fim de contribuir para reforçar o direito internacional, e a assegurar a todos, como prioridade, um tratamento justo e humano; recorda que os Estados Membros têm uma obrigação de cooperação leal no sentido de se consultarem mutuamente sobre possíveis efeitos na segurança pública à escala da UE".
A posição tomada há meses pelo governo português vai fazendo o seu caminho na Europa em direcção a uma consensualização europeia da cooperação com os EUA no encerramento de Guantánamo.
Populismo do PSD contra Sócrates: uma coisa muito pouco subliminar
Paulo Portas é melhor e mais eficaz no tipo de ataque a Sócrates que o cartaz da JSD prenuncia. Leia aqui.
5.2.09
Das nossas colónias aos países deles
Ontem, a Joana Lopes assinalou o lançamento do novo site sobre a guerra colonial a propósito do dia em que Angola deixou de ser "nossa".
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Vale mesmo a pena explorar este site e penetrar na divulgação do processo histórico no qual as "nossas" colónias se transformaram nos países dos seus próprios cidadãos. O que cada um dos países que assim nasceram fez com essa liberdade a que tinha direito é outra história.
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4.2.09
Registo Parlamentar - Janeiro de 2009
Já está online o meu Registo Parlamentar de Janeiro de 2009. Pode consultá-lo na janela aqui ao lado. Se quiser juntar-se à lista de subscritores é só mandar-me um mail.
PSD: não ganham nada com isto
O PSD, via JSD, lançou hoje uma campanha contra José Sócrates. Não reproduzo aqui o cartaz que foi posto em Almada porque não vejo a utilidade de lhe dar publicidade, sequer para o denunciar.
É evidente que José Sócrates e o PS só podem esperar deste ano uma sucessão de campanhas negativas, de partidos à sua direita e à sua esquerda e que não as deve sobrevalorizar nem ignorar. Mas esta é duplamente infeliz. No Canhoto digo porquê.
Moção de José Sócrates: segunda leitura
A minha primeira leitura da Moção que José Sócrates apresenta ao próximo Congresso do PS fi-la aqui. A segunda, saiu no Público de ontem. Acho que essa moção deve ser o ponto de partida para um projecto que pretenda governar o país sem o perder nem se perder. Como a opinião do Público só está online para assinantes, a partir de agora, querendo, pode ler esse texto no arquivo.
3.2.09
Almada, Metro e automóveis: uma relação a rever urgentemente
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