O futebol entra na minha vida como Deus na dos crentes não praticantes. Por vezes vibra, mas há longos períodos de silêncio ou esquecimento recíproco e a relação não é intermediada por nenhum debate teológico sério.
Era impossível um Mundial não produzir alguma vibração e uma conjugação astral improvável fez com que visse os jogos de ontem e de hoje quase todos. Em rigor, se pudesse voltar a escolher o uso dado ao tempo, apenas teria visto o Argentina-Nigéria, realmente o único jogo de futebol a sério até ao momento. Mas confesso a minha satisfação por ter visto o longo bocejo que foi a selecção francesa e a humilhação da grega, pelas razões futebolísticas históricas que os crentes bem conhecem. O cidadão anteriormente conhecido por Abel Xavier deve ter pedido a Alá vingança para o mundial depois da sua conversão e o "mister", como eles gostam de dizer, Scolari, também deve ter rezado contra os gregos. Ambos parecem ter sido ouvidos.
Dos jogos futuros entre selecções que já actuaram só fiquei com vontade de não perder o Nigéria-Coreia do Sul e fiquei com pena, até por simpatia com o nome, de que o senhor Martins, de Lagos, não tivesse feito um golo, mesmo que os argentinos tivessem feito outro para manter a justiça do resultado. Mas, do que se viu até agora, só uma selecção parece a caminho de um grande resultado, a de Maradona.
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