23.11.10

No dia da cimeira da NATO quantos conceitos estratégicos mudaram?

O Rui Herbon pergunta-se, com grande capacidade prospectiva, se a Rússia aceitará um papel periférico no sistema que estamos a construír. O que levanta a questão de saber para onde está a caminhar o centro e onde estará ele em 2050? No Oceano Índico, quem sabe?
Mas o que me parece mais importante salientar é que, ao que parece, em Lisboa não mudou um conceito estratégico, mudaram dois: o da NATO e o da Rússia. Mesmo se, a NATO e a Rússia têm já algum tempo, como bem recordou Alexandre Guerra, um relacionamento menos frio do que parece. Contudo, a Rússia quis vir a esta Cimeira dar muitos sinais e Obama quis aproveitá-los para consumo mundial e doméstico. Se somos parceiros cada vez mais próximos e pensamos em defender-nos em conjunto, que ameaças comuns temos e/ou imaginamos? Diria que o fundamentalismo islâmico é um perigo sério, mas de curto prazo e nunca uniu tão estreitamente a NATO e a Rússia como agora ambas parecem desejar, pelo que me parece necessário procurar noutros lugares e noutros sistemas de pensamento a razão desta parceria reforçada.

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