Pedro Passos Coelho tem o dever de estar a fazer o governo de Portugal. Tem toda a legitimidade para convidar quem entender, incluindo a possibilidade que alguém fez escorrer para a imprensa de colocar Fernando Nobre na pasta da Saúde. Não faço ataques ad hominem e não veria nenhum mal nessa escolha, embora deva dizer que há muitos anos que a experiência meritória de Fernando Nobre não é na gestão de sistemas de saúde mas na intervenção em situações de crise, não é na relação com um corpo de profissionais mas na colaboração com um corpo de voluntários, coisas que exigem competências bem diferentes das requeridas para encabeçar um Ministério. Nada impede, contudo, que Fernando Nobre revele competências políticas que não resultem do seu currículo.
O que eu acho que é mau sinal é que depois de Passos Coelho se ter referido ao acordo com o CDS como "menos dois ou três lugares para o PSD" ache que pode vender Nobre à pasta da Saúde para se safar da irredutibilidade de Portas quanto ao compromisso que Passos assumira com Nobre para a Presidência da AR. Essa dança das cadeiras que faz lembrar a formação do Governo de Santana Lopes em que uma Secretária de Estado estava habilitada a ir para a Defesa porque era neta de um general é que é um mau começo.
Passos Coelho tinha prometido fazer um Governo à altura da gravidade dos problemas do país. Estes rumores ou não se confirmam ou mostram que está a tratar da pequena mercearia partidária. Por isso digo que Nobre ministro, mau começo.
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