Um estudo recentemente publicado no Journal of Occupational & Environmental Medicine conclui que o trabalho temporário faz mal à saúde psicológica: "Psychological distress is particularly sensitive to exposure to nonpermanent employment." (síntese disponível aqui).
Não supreende, mas também não emociona muitos dos economistas, que consideram esta variável uma externalidade aos modelos de eficiência do mercado de trabalho. O homo sapiens sapiens carece do conforto da segurança. Mas essa necessidade de conforto é mal-vista pelo homo economicus.
5 comentários:
A insegurança no emprego (serei também despedido?...) e na situação de desemprego(nunca mais arranjo trabalho..., o subsídio vai acabar...)serão (são já, mas teremos dados?)um problema de saúde.Mas os tais economistas(e são muitos!) para quem isso até será "estimulante" para procurar emprego,querem lá saber desses custos de saúde?! E,claro, ignoram muitos outros custos daí derivados e que também têm expressão económica, obviamente mensurável(mesmo que só por estimativa).Há uns anos,já muitos, trabalhei com "custos ocultos", na chamada "abordagem socioeconómica". Se esses anos voltassem, acho que estimularia algo do género sobre "custos ocultos" do desemprego.
Desculpe, este comentário saiu enorme!
Cláudio Teixeira
ps: não gosto disso de no PS "apoio fulano ou sicrano", "cadê" as ideias, perspectivas de sociedade, orientações políticas, nomeadamente perante o "imbroglio" actual da UE,etc?
C. Teixeira
Acho importante chamar a atenção para isso.Até porque a situação vai,em Portugal, agravar-se. E então com o novo ministro da economia (e do emprego!,repete-se a solução gov. Santana Lopes) quanto mais insegurança melhor: os desempregados apanham uma dose estimulante para arranjar emprego, enfim toda uma teoria (aliás, não confirmada)de que isso é factor de criação de emprego... Economistas, como esse, alguma vez pensam nos problemas de saúde causados pela ansiedade da insegurança no emprego(também serei despedido?...) e no desemprego (nunca mais arranjo trabalho, o subsídio vai acabar...)?! E, apesar de serem economistas, ignoram ou desprezam os custos de saúde daí derivados, e outros custos também decorrentes dessas situações. Há uns anos(já muitos)trabalhei com "custos ocultos" na chamada "abordagem socioeconómica". Se esses anos voltassem, acho que havia de estimular algo do género "análise de custos ocultos do desemprego".
Quanto aos problemas de saúde mental, há uma área parecida que é a de estudos sobre "stress" e que nos anos 90 mostrava a ligação a doenças do foro cardiológico (coronárias)
Desculpe, isto saiu um comentário enorme!
Cláudio Teixeira
ps:Não gosto disso de no PS agora "apoio fulano, apoio sicrano", não sei se já apareceu também "beltrano". "Cadê" as ideias, as perspectivas de sociedade e traduzidas em propostas políticas, as posições perante o "imbroglio" actual da UE,
alternativas a Portugal referidas a outros espaços económicos, etc.?
C.T.
Caro Paulo,
... fiz link... ou melhor 2 link's... e agradeço!
Abraço.
AGORA é que o PS percebeu? Isso é que é lentidão!
Ou já sabiam, mas não dava jeito há 3 semanas?
Esta coisa de quando estão na oposição parece que percebem o mundo e assim que chegam ao governo aparecem as palas nos olhos, não é sistema de vida para ninguém. É desonesto da vossa parte e criminoso para com todos os prejudicados pelas políticas seguidas.
Mas enfim, é muito romântico um deputado do PS vir agora fingir que descobriu a pólvora à laia de "desculpem lá qualquer coisinha que a gente vos tenha feito, mas foi mesmo só agora que descobrimos este estudo".
Mas mais clarinho não podia ser!
Tem piada... Eu lembro-me de si como secretário de Estado, e até estive em representação de uma organização juvenil em "Conselhos Consultivos" no Conselho de Ministros, e na altura a precariedade laboral não lhe levantava nenhum suspeita de malefício para a saúde. Até me lembro de uma piadola de mau gosto que lançou numa das ditas reuniões, em resposta a uma intervenção minha a propósito da precariedade juvenil, referindo-me ao senhor que substituiu; na altura, a rir-se para aqueles que, representando outras associações juvenis faziam o seu jogo, disse-me "está a ver... precário pelos visto é este lugar".
Tem piada, não. Teria, se não fosse um assunto muito sério.
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