2.12.11

Europeus? Por este caminho seremos muitos e muito pequenos no mundo.

A União Europeia não conseguiu pôr-se de acordo sobre um veto ao petróleo do Irão. Não surpreende, dada a importância dos produtos petrolíferos iranianos para a Grécia, a Espanha, a Itália, Portugal... Claro que na defesa dos interesses próprios, numa Europa em que não há solidariedade, países esmagados pela sua situação orçamental não podem brincar às grandes potências e agir militantemente contra o programa nuclear iraniano.
Esta questão não é independente da que impediu a UE de convidar o MNE turco para a reunião sobre a Síria. Compreensivelmente, Chipre, provavelmente com o apoio da Grécia, boicotou esse gesto de interesse europeu em nome dos seus interesses nacionais. Os que criticaram o meu texto anterior sobre o tema na base dos inalienáveis direitos nacionais têm razão.
O problema é que uma Europa incapaz de impor sanções adequadas ao Irão ou de agir relevantemente no novo panorama político do Médio Oriente é um anão geoestratégico. Para ser diferente teria que ter mecanismos de compensação por perdas aos prejudicados por decisões de interesse europeu. Mas na UE de hoje quem acredita no interesse europeu? Se a Alemanha e a França não o percebem na questão do Euro, porque haviam Chipre ou a Grécia de o entender nas questões geoestratégicas?
Assim, muitos e muito pequenos seremos os europeus no mundo. Mas a escolha é nossa e talvez esta geração já esquecida das lições dos anos 30 esteja a demolir por ignorância ou incapacidade um edifício de equílibrios tão instáveis. A história nos julgará.

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