5.12.11

Sobre a homenagem a João Martins Pereira: uma análise (2ª parte)

No depoimento inicial procurei relembrar a figura ímpar do intelectual português mais brilhante da segunda metade do século XX- João Martins Pereira - centrando-me na sua obra ensaística, na sua vida profissional e de historiador do Capitalismo em Portugal. A “Evocação de João Martins Pereira”, organizada pelo CES/CD 25 de Abril foi já anotada num primeiro texto a que se segue esta segunda nota que dedico à passagem do “senso comum” acrítico, para o “Materialismo Filosófico”.
Os Mortos, mesmo os Mortes ilustres, caso de João Martins Pereira, não passam  procurações.
Do meu ponto de vista, na “Evocação”, andaram mal os que ousaram aventar, que esta perturbação grave dos “Mercados” e as inerentes consequências, poderiam ter levado João Martins Pereira a “rever”, “corrigir”, algumas das suas análises e das suas afirmações.
Esta hipótese de trabalho é inaceitável, pois dissocia as formulações teorizantes de João Martins Pereira do factual, ocorrido até à sua formulação. Foi uma clara menorização do rigor científico usado por João Martins Pereira.
Diz o senso comum que "a História não se repete”. Mas, apesar de tudo, vai havendo,  alguns traços comuns na História dos diversos processos políticos. Só que é sempre indevido fazer transposições mecanicistas. O autor deste blog, o Dr. Paulo Pedroso, há talvez dois anos, abordou, com outra consistência, esta crítica ao “Senso Comum”.
Interessante, nesta evocação foi ter sido desenterrada a polémica antiga, das Ideias precederem os Acontecimentos versus os Acontecimentos serem o leito de parto das Ideias, tudo entroncando no Idealismo Filosófico versus o Materialismo Filosófico.

A leitura da obra de João Martins Pereira dispensa qualquer acrescento ao acima dito.




Acácio Lima

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