20.12.11

A morte de Kim II não estraga a consoada a Jerónimo de Sousa

A retórica "anti-imperialista" do comunicado do PCP sobre a morte de Kim II deixa mais aberto do que é costume o mal-estar do Partido para com aquilo que a direcção já chegou a designar como experiência de socialismo, embora arrepiando caminho entre a versão provisória e a definitiva de umas teses ao Congresso. De facto, o PCP salienta que escreve uma nota de pesar só depois de instado a tal pelos órgãos da comunicação social E sentiu necessidade de mencionar factos e práticas da realidade política coreana com as quais não se identifica . Como não são reservas atribuíveis só ao camarada de turno na secção internacional, são indicadores suficientes de que o CC poupou Bernardino Soares ao incómodo de apresentar um voto de pesar por Kim II na Assembleia da República e de que Jerónimo de Sousa não vai passar a consoada a caminho de Pyongyang. Essa fava deve ter saído a um funcionário pouco exposto à curiosidade mediática.

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