Em Portugal, hoje, a escolarização é a via mais eficaz de superação da dificuldade de ingresso de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho e a reabilitação profissional de quem adquire deficiência visual na idade adulta é incapaz de combater a propensão para que adquirir uma deficiência seja um forte factor de saída do emprego.
Neste texto contribui-se para o estudo das dinâmicas de acesso das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho em Portugal, analisando os resultados de um questionário aos deficientes visuais associados e utentes da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO). Os dados analisados sinalizam a existência de um gap significativo entre a população em idade activa inquirida e a população residente em idade activa.O género, a escolaridade, a idade de aquisição da deficiência visual, a categoria socioprofissional, a acumulação de deficiências, a composição do agregado doméstico, a rede de relações sociais, a causa de deficiência e a idade são preditores estatisticamente significativos da probabilidade dos inquiridos estarem empregados.
A consideração do impacto desses preditores é importante quer para compreender as dinâmicas de agravamento ou redução de desigualdades quer para orientar as políticas que visem reduzi-las.
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1 comentário:
Gostei muito de ler o artigo, quer pela raridade que é aparecer um estudo sobre deficiência visual e empregabilidade, quer por ser um tema que me abrange, também sou deficiente visual. A percepção que tinha era a de uma discrepância ainda maior no acesso ao emprego, talvez porque no tempo em que fui dirigente da associação, onde também trabalhei como formador nos cursos de reabilitação que eram lá ministrados, me ter deparado com imensos casos de pessoas que se tornaram inactivas pelo cansaço, embora tivessem capacidade para trabalhar. Bem-haja, Professor.
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