24.3.11
O pecado capital dos intelectuais
António Barreto tem uma dimensão intelectual e um passado político que o devia preservar da febre momentânea e da cegueira. Dizer que os socialistas gostam de bater nos fracos, nos frágeis não é apenas uma mentira histórica, que a análise das grandes etapas da formação do Estado social desmentem, é uma cedência à tentação de dizer o que os amigos querem ouvir, que é o pecado capital dos intelectuais. Tenho pena de ver um homem com a sua dimensão redzido a algo entre intelectual orgânico do PSD e empregado de um grande grupo económico que não gosta de Sócrates. Não havia necessidade e ele merece melhor estatuto do que estas frases banais, infelizes e falsas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
Boa tarde Dr. Paulo Pedroso. Primeiro parabéns pelo desfecho do processo contra o Bibi. Quanto ao Barreto, recordo uma reunião em que estive com o falecido Carlos Candal, na altura em que o Barreto, depois de andar por várias ondas, regressou ao PS e entrou pelo telhado, contra a vontade de muitos militantes. Disse ele:
Que se perdoe à p...., até aceito, agra que se lhe bata palmas!? Ainda vou ser apontado a dedo por nunca ter saído do PS.
José Pinto da Silva
Não havia necessidade. Foi o que me ocorreu quando ouvi as palavras do Dr. Barreto...
António Barreto tornou-se um farrapo lamentável. Somado a outros de igual ou ainda pior calibre, como Manuel V. Cabral, Pulido Valente e sobretudo Vasco Graça Moura, deixam-nos em termos geracionais numa situação de pobreza intelectual ainda mais grave, se possível, do que a actual pobreza económica e financeira. Muito triste...
O seu comentário não o livra de cair no erro que aponta a Barreto. O debate político exige ética. Trabalhar para uma Fundação financiada por um grande grupo, não é ser empregado desse grupo, como trabalhar para um Governo estrangeiro não faz de um português um traidor à Pátria.
Em Paulo Pedroso Daily, "Criado à 4 meses" está errado, o correcto é "Criado há 4 meses".
Caro camarada, ou tem andado perdido ou então não se tem apercebido da razia que Sócrates fez no povo. Deu-lhes Magalhães? Roubou-lhes o pão!!! Sócrates foi a pior coisa que alguma vez poderia ter acontecido ao PS. Secou-o, para dar de beber a certos barões (amigos que esmifram o Estado)!
A dimensão inteletual dele vale o que vale com se diz das sondagens e quanto ao passado político já nem ele se lembra dele.
Não sei onde termina o despeito político por nunca ter sido convidado por Sócrates, e onde começa a pura e simples desonestidade intelectual.
Não se trata de se vender a um grupo de interesses. Trata-se de demonstrar o seu preço...
Sobre a eventualidade desastrosa de não haver um futuro governo maioritário do PS, a História registará a impossibilidade de coligações com quem promoveu o oportunismo e a indigência intelectual da nossa "Direita". E, infelizmente, quem o fez de forma sistemática e assaz freudiana, foi a "Chamada Esquerda", conscientes que só sobrevivem se, e quando, a Direita estiver no poder em toda a força...
Frases banais infelizes e chatas
Há mais vida além do défice
O país não se esgota no défice
O pecado funcional do parasitismo estatal da economia
há tantas frases
e o pecado socialista do capital?
é que mandar frases similares aquelas contra as quais se insurge
juntar num mesmo saco
uns centos de milhares de pseudo-ints
e gravar-lhe na testa
o pecado pouco original
é...
A verdade é que António Barreto nessa frase tem razão e só peca por defeito.
Vejamos os factos. Na década de 1990 eram maioritários os governos ditos socialistas quando foram negociados os termos da União Económica e Monetária Europeia que agora se estão a revelar desatrosos para países como Portugal e que, aliás, foram criticados por economistas como Krugman devido à obsessão com os números do défice desligados do crescimento económico Em 2007 quando o Tratado de Lisboa com as suas regras actuais foi negociado os socialistas detinham o governo de três dos cinco grandes países da UE (Itália, Grã-Bretanha, Espanha9 e ainda participavam no da Alemanha. O ano passado, quando foi tomada a decisão crucial de obrigar os países periféricos à aplicação destes planos selvagens de austeridade, os socialistas detinham o governo de três dos quatro países afectados e ainda participavam no governo do quarto país, a Irlanda. Porque é que esses governos não se concertaram para se recusarem a por em prática esta austeridade? Por receio de provocar uma crise institucional? Então e a crise social nos países periférico?
Não tenham dúvidas que esta crise vai provocar em Portugal uma queda dramática do nível de vida da população, um aumento acentuado da pobreza, uma degradação impar dos serviços públicos nomeadamente de saúde de que a população mais carenciada depende. O resultado, entre outros, vai ser a doença e a morte de pessoas que não têm recursos para ir às clínicas privadas.
É por isso que é uma hipocrisia monstruosa criticar a agenda neoliberal do PSD e do PPE quando é certo que essa agenda jamais poderia ter sido implementada sem a cumplicidade activa dos partidos socialistas europeus.
Gostaria que o S. Paulo Pedroso comentasse estas afirmações.
Enviar um comentário