A candidatura de João Semedo à Câmara de Lisboa revela quanto o Bloco desvaloriza as autarquias, pretendendo apenas eventuais efeitos partidários positivos da visibilidade em campanha eleitoral e não patrocinando reais candidaturas autárquicas, seja a Presidente, seja a vereador.
Mas revela também o estado interno do Bloco. Depois de Fazenda, alguém quer agora fazer João Semedo passar por idêntico (ou maior?) desaire, numa candidatura artificial, em que o candidato estará sempre desconfortável na missão, porventura visando enfraquecer a sua co-liderança partidária.
Tenho pena que João Semedo não tenha tido força para declinar o convite. A disciplina partidária não implica submissão a todo o disparate que passe pela cabeça dos aparelhistas e não creio que a esquerda ganhe nada com a humilhação do co-líder formal do Bloco em Lisboa.
Os presentes envenenados não matam mas moem e não auguro que a fragilização de Semedo traga algo de bom para o desbloqueamento da esquerda em Portugal.
A UDP deve ter batido palmas a este gesto de Semedo e estar a preparar lágrimas de crocodilo para Setembro.
1 comentário:
Se calhar o mesmo presente envenenado que o PS ofereceu há alguns anos ao Jorge Sampaio....
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