Tal como acontece com muitos fenómenos sociais, a noção que temos da pobreza varia com o indicador que escolhemos. Numa lição cuja citação não tenho aqui à mão, Anthony Atkinson chegou mesmo a fazer um exercício comparativo demonstrando que os resultados entre países - e a nossa percepção da pobreza nesses países - variariam com a medida escolhida.
Isso não impede que se vão adoptando linhas estatísticas de pobreza adaptadas à situação das economias avançadas: a UE tem a sua, o Reino Unido e os EUA também. E Portugal devia ter uma e reportar regularmente sobre ela.
Nos EUA, há muito tempo que tem vindo a dsicutir-se a questão da definição de pobreza. Agora o Census Bureau lançou a Suplemental Poverty Measure. Com a nova medida, o fenómeno do pobre, branco e proprietário da sua própria casa sai da armadilha estatística que o escondia, vê-se que a pobreza não é um assunto dos outros e que a insegurança económica é bem mais transversal do que os estereotipos americanos sobre a sua própria pobreza sugeriam. Ed Nolan dedicou no Ecomonitor, dois posts que mercem leitura sobre o assunto. Primeiro este e depois este.
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