Portugal vai deixar de ter Embaixada nos três países bálticos e em Malta, dando o sinal de que considera que os nossos parceiros mais periféricos não carecem de ter aí embaixadas e de que a nossa velha nação não investe na relação bilateral com eles. Fá-lo em nome da desculpa - universal nestes tempos - da escassez de recursos.
Há considerações políticas imediatas, óbvias, contra este gesto. Num momento de tensão na UE também nós desvalorizamos os mais pequenos e longínquos de Paris e Berlim. Há também motivos históricos que poderiam ser invocados.
Acima de tudo, no entanto, o problema com esta poupança é que tem tudo para sair-nos cara porque acentua a nossa própria vulnerabilidade à periferização. Até hoje, Malta é o único país da UE sem embaixador em Portugal. Que autoridade teremos depois deste gesto para lutar contra a partida de Embaixadas de parceiros europeus para Madrid?
O sentido de poupança do Ministro Paulo Portas não o leva, contudo, a fechar a Embaixada no Vaticano e a deixar a Embaixada de Roma (que longe que é da Santa Sé) representar o país nessa poderosa nação soberana.
Que sentido de política europeia tem o Ministro Paulo Portas. Tanto, que dou por mim a apelar mentalmente, por falta de alternativa, a Cavaco Silva, que tem a mais alta condecoração da Estónia, que se imponha contra este erro de percepção dos interesses nacionais.
PS. Esta é mais uma das medidas implícitas no Orçamento de Estado que merece a abstenção violenta do PS.
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