25.5.08

Ideias de reforma da educação

Se as férias de Verão fossem mais curtas os resultados escolhares melhoravam e as razões pelas quais os resultdos escolares finlandeses são melhores que os ingleses incluem a focalização das escolas deste país no bem estar das crianças e o curriculo do período dos 5-7 anos incluir o desenvolvimento de actividades sociais. Veja aqui o video que apresenta as conclusões e aqui a entrevista com uma das autoras.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ideias de reforma da educação a sério?

Talvez começando por:

- Não permitir a entrada no 1º ano de escolaridade a crianças com 6 anos que nunca frequentaram qualquer Jardim de Infância, que não sabem as cores, que não são capazes de articular uma frase, ou que desconhecem a palavra "bicicleta";

- Não permitir a entrada no 1º ano de escolaridade a crianças com 5 anos.

E, não me venham dizer que são casos residuais. Eu sou professora do 1º ciclo e esses casos residuais, para mim, têm um nome. Chamam-se Ana, João ou Catarina.

Por outro lado, não me venham falar da Finlândia para umas coisas, nem falar de reformas a sério, enquanto não começarem pelo princípio. Sabem com que idade entram as crianças da Finlândia na escola para iniciar a aprendizagem. Pois é, também há vídeos e estudos que dizem que é aos 7 anos de idade, mas esses não interessam nada, não é?
Pois, haverá sempre quem ache que as crianças portuguesas estão mais bem preparadas e/ou são mais inteligentes que as finlandesas...

Anónimo disse...

Neste últimos anos trabalho com os alunos ditos de "fim de linha" das escolas. Na Educação Especial, que ha 2 anos atrás se designava de Apoio Educativo. São-me sinalizados alunos com todo o tipo de problemáticas e como pertenço aos conselhos de turma de todos os alunos com quem directamente trabalho, dou a minha opinião e ajudo os meus colegas disciplinares, no encontrar de tentativas de soluções para os problemas de toda a espécie dos filhos dos pais portugueses(inanarráveis, só nós professores o sabemos!´).
Um dos primeiros conselhos meus é a verificação da entrada do alunos na escola, i.é, no 1º ano. Cinco anos.
Em Portugal, os alunos são todos sobredotados.
Na Finlândia entram na escola aos 7anos. São subdotados.

Em Portugal, não se nasce criança como nos outros países. Nasce-se génio.
Disse.

Pedro Sá disse...

Paulo, sabes que férias tão curtas é algo de totalmente inexequível por causa das inscrições e formação de turmas...

Anónimo disse...

Caro Paulo Pedroso,

A ideia de férias de Verão mais curtas pode ser interessante, mas conviria perceber bem a natureza da relação causa-efeito e verificar se a mesma não é uma relação espúria.

Ainda que sem o devido fundamento em dados científicos e unicamente baseado nas percepções pessoais, é possível colocar as perguntas seguintes:

1. Qual o grau de atenção e concentração de um aluno numa sala de aula com temperaturas na ordem dos 30º Célsius em pleno Verão?

2. A regressão nas competências de leitura e no uso da matemática é devida às férias ou às actividades em que as crianças ocupam os seus tempos de férias de Verão?

Nos meus tempos de criança, as salas de aula ficavam insuportáveis pelo calor nos meses de Maio e Junho. Mesmo mais tarde, já no Secundário, fazer exames em pleno mês de Julho era um martírio devido ao calor. Quanto a actividades, nos meus tempos de criança, as férias de Verão eram aproveitadas para actividades que hoje pouco vejo praticar. Mesmo entre crianças provindas de meios mais desfavorecidos, era frequente a prática da leitura - nem que fosse das bandas desenhadas do Major Alvega - e a prática de muitos jogos que envolviam competências matemáticas e a socialização entre os membros do grupo de brincadeira. Brincava-se, por exemplo, às mercearias. Os mais afortunados jogavam ao monopólio ou a qualquer outro jogo da «Majora».

Creio que as ideias de reforma da educação passam por outras práticas. Ainda hoje temos em muitas escolas turmas de 30 alunos, quando o ideal seria 15 alunos e o óptimo (por exemplo no ensino dos idiomas estrangeiros) grupos de 5 a 7 alunos. Esta é uma ideia que defendo desde os meus 15 anos de idade e que nunca vi implementada no ensino público oficial. Todavia, o impacto no desempenho está mais que provado no capítulo das competências de aprendizagem dos idiomas estrangeiros.

Lembro que o tempo de interacção entre aluno e professor é bastante importante em domínios como a aprendizagem da matemática, transformando-se em factor crítico de sucesso quando há dificuldades de aprendizagem a superar.