30.3.09
Obama "salva" indústria automóvel: a política e a segunda onda da crise nos EUA
A crise económica global terá, provavelmente, três ondas. A primeira arrasou sectores significativos do sector financeiro especulativo que a gerou. A segunda está a sentir-se no mercado dos produtos devido à contracção da procura a nível mundial, que afecta o comércio internacional. Também nesta a economia americana é das primeiras afectadas.
Hoje é notícia que a administração Obama vai lançar um plano de injecção financeira no sector automóvel e que o Presidente da General Motors resignou sob pressão da Casa Branca, que exige concessões a accionistas e trabalhadores. Pareceria impensável ainda há um ano que a política recuperasse esta centralidade no governo da economia e se, por um lado não é um bom sinal, por outro, oxalá, se generalize a ideia da partilha de esforços e ela se encaminhe para a partilha de lucros, quando os houver. Em todo o caso, a indústria automóvel americana é pouco eficiente no mercado global e medidas proteccionistas ali terão forçosamente que originar outras algures.
Mas a terceira onda da crise, a crise social das famílias afectadas pelo desemprego e, consequentemente, a prazo mais ou menos longo pela pobreza, também se aproxima. Se as duas anteriores não forem eficazmente travadas, pode atingir proporções difíceis de controlar. Se, para esta última, ainda não é tempo de anunciar planos com a dimensão dos que vêm sendo apresnetados para "salvar" o sector financeiro e agora o da grande indústria, é tempo de os ter prontos para, se e quando se impuserem.
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