Se um político se mede pelas suas prioridades e pela persistência com que luta por elas, Obama teve esta madrugada a sua grande afirmação como político reformista que ataca interesses instituídos e toma decisões - mesmo que controversas ou impopulares - centradas nos mais desprotegidos e nas vítimas das injustiças.
A aprovação da reforma do sistema de saúde americano há décadas que era defendida pelos progressistas e há décadas que não se concretizava. Bill Clinton desistiu dela depois de a ter tido como uma das primeiras prioridades. Muitos Repúblicanos acreditavam que Obama terminaria do mesmo modo e chegaram a afirmar que seria o seu Waterloo. Mas, talvez pela diferença de métodos com que foi preparada, talvez porque era menos ousada que a que Hillary Clinton desenhou em 1993, talvez porque Obama conseguiu negociar apoios até ao último minuto, cedendo por exemplo na questão do aborto aos democratas conservadores para conseguir o essencial, ontem conseguiu.
Na foto Nancy Pelosi, a speaker da Câmara de Representantes e Steny Hoyer, líder da maioria democrática, tinham razões para sorrir. Apesar de nenhum republicano ter estado com eles e de 34 democratas terem estado do outro lado, tinham ganho a votação por 219-212. Yes they could reform health care .
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