18.9.09

A autarquia de Almada não se apercebeu ainda que em Portugal não há sindicatos oficiais?

O STAL decidiu convocar uma greve. Está no seu direito. Os trabalhadores que entendam fazê-la têm que ter toda a liberdade para aderir. Há trabalhadores que decidem não aderir à greve. Devem poder aceder aos seus locais de trabalho e realizar a sua jornada de trabalho livremente. Parece óbvio, não parece? Mas em Almada não é nada assim. Há piquetes de greve que se encarregam de impedir os trabalhadores de optar. Há instalações fechadas que impedem os que optam por não aderir de aceder aos seus locais de trabalho. Há uma prática de gestão de recursos humanos que presume grevistas trabalhadores que não se declararam em greve, obrigando-os até, pasme-se, a ter que declarar que assim foi. Tudo isto é ilegal e tudo isto acontece reiteradamente. Na greve de 16 de Setembro, este comportamento ilegal e inadmissível de coacção sobre os trabalhadores foi denunciado pelo Movimento Independente dos Trabalhadores da CMA e o acontecimento levou até a autarca do BE sindicalizada no STAL Ermelinda Toscano a saír do sindicato em causa. Quem me conhece sabe do grande respeito que tenho pelo sindicalismo e da grande importância que dou à liberdade sindical. Por isso mesmo aqui digo que não é admissível que, 35 anos depois do 25 de Abril, haja uma Câmara Municipal que força os seus trabalhadores a aderir a uma greve e é complacente com o desrespeito pela Lei da Greve. Tão grave violação dos direitos dos trabalhadores da autarquia nunca acontecerá numa câmara presidida por mim.Não permitirei a ninguém que esboce qualquer restrição ao direito de greve ou tente dar tratamento menos favorável a grevistas. Mas também nunca tolerarei a falta de respeito por trabahadores que decidam não fazer uma greve ou terei qualquer complacência com quem queira abusivamente impôr a sua opção a outros. Devo dizer, aliás, que são tão inimigos da liberdade sindical os que são contra os sindicatos como os que pensam que pode haver sindicatos "oficiais", sejam do patrão, do partido ou do chefe. Se a actual vereação de Almada não o percebe só nos resta pedir aos eleitores que nos ajudem a explicar-lhe.

1 comentário:

Funcionário oprimido disse...

Caro Amigo

Existindo um clima pidesco na Câmara de Almada, não me poderei identificar, mas, concordo completamente consigo. O sindicalismo em Almada, nomeadamente, na Câmara, foi um trampolim para promoção profissional da maioria das pessoas ao longo destes ultimos 20 anos. Inscrevi-me no stal.Acreditava na altura que defendiam os trabalhadores genuínos. Hoje tenho a certeza que este sindicato é uma fraude. Antes das eleições defendi no EMAlmada, que Paulo Pedroso era um hoem de bem, com cultura um verdadeiro socialista. Era bom para todos os municípes e para os trabalhadores que a senhora Emilia fosse para a reforma. O Dr. Oliveira Salazar esteve 48 anos no poder.
ADª Emilia está á 36 anos.