"Sejamos claros, portanto, para que não restem quaisquer dúvidas e para que tenhamos a exacta noção do que estamos a enfrentar: aquilo a que assistimos nos mercados financeiros é a um ataque especulativo ao Euro – ao Euro no seu conjunto, e à dívida pública soberana de diversos países.
Não tenhamos ilusões: este é, antes de mais, um desafio para a União Europeia e, em especial, para a zona Euro.
Uma resposta clara e solidária da Europa constituirá um poderosíssimo sinal de confiança para os mercados e uma garantia de solidez do Euro, com vantagem para a Europa e para todos os membros da Zona Euro. Aliás, o impacto negativo que têm tido os menores sinais de hesitação ou de impasse e as evidentes repercussões positivas de cada um dos passos em frente que têm sido dados no apoio à Grécia, provam que é esse o caminho. É isso que a Europa tem de fazer. E é isso que, certamente, não deixará de fazer." (Intervenção no debate quinzenal na Assembleia da República).
Infelizmente, a urgência de tirar vantagens políticas de circunstância leva muitos protagonistas a fazerem de conta que não sabem que Portugal é uma vítima colateral de uma batalha muito mais ampla, a fazerem de conta que ignoram que a tibieza da resposta europeia é uma parte não negligenciável do problema e a fazerem ainda de conta que houve um descontrolo do défice quando, pense-se o que se pensar de tudo o resto, os governos de José Sócrates são, de há muito, os que mais o mantiveram controlado. e isso devia ser garantia de determinação de que assim voltarão a fazer se com esse objectivo se voltam a comprometer.
Uma coisa é não acompanhar todos os caminhos pelos quais essa determinação se expressa, outra bem diferente é negar que ela exista.
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