5.4.10

Reuniu hoje pela primeira vez o governo "suplente" do Brasil.

Lula remodelou o governo por causa das eleições de Outubro. No Brasil vigora uma norma, aos nossos olhos estranha, que faz com que um Ministro que se candidate às eleições federais tenha que renunciar ao cargo. Assim, o país passa o último semestre de cada legislatura com Ministros "suplentes" e sem os políticos pesos-pesados.
A meus olhos é uma instituição algo estranha e paralizante do Estado, embora se compreenda a intenção de separar o exercício de funções públicas com a campanha eleitoral.
Na notícia de hoje da Globo, chama-se ainda a atenção para outro pormenor, bem significativo da especificidade das instituições políticas brasileiras: o Supremo Tribunal Eleitoral já multou duas vezes Lula por fazer campanha antecipada para a sua candidata, Dilma Rousseff.
Já imaginaram George Bush multado por fazer campanha por McCain? Ou Clinton por tê-lo feito por Al Gore?
Como, no terreno, este rigor brasileiro se mescla com as mais perigosas formas de clientelismo e de condicionamento da vontade dos eleitores, é outra história. Mas, no fundo, não deveria surpreender-nos esta forma de mestiçagem institucional do mais rigoroso formalismo democrático com o mais despudorado clientelismo eleitoral. O Brasil entende-se a si mesmo como o fruto da mais bem sucedida mestiçagem do mundo.

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