18.9.10

Ainda não temos informações suficientes?

Antes da queda do Muro de Berlim, quando os comunistas portugueses não conseguiam condenar um gesto dos regimes com que tinham vinculações fortes mas também não conseguiam encontrar um argumento para os defender, refugiavam-se sempre, no momento de tomar decisões, na ideia de que ainda não dispunham de informações suficientes, de que ainda era preciso aguardar um apuramento definitivo do que tinha ocorrido e... votavam objectivamente em defesa de coisas incríveis, refgiados em argumentos esfarrapadissimos.
Mas os comunistas de então não têm o monopólio desse tipo de embaraços. Quando se trata de ponderar o peso na balançapolítica  dos direitos humanos de uns punhados de ciganos romenos ilegais contra o superior interesse nacional de não aborrecer o Presidente da República Francesa, o velho argumento recicla-se com grande facilidade, como se viu hoje na Assembleia da República.

1 comentário:

a. souto disse...

De facto, há atitudes incompreensíveis (esta como algumas outras) que nos fazem questionar o lugar das 'fronteiras', políticas como éticas.
Felizmente que ainda há quem encare a razão sem subterfúgios, quem saiba (e faça saber) que não há lugar para esperas em matéria de defesa dos direitos fundamentais.
Infelizmente, o parlamento às vezes desilude...