20.4.09
Lançamento da primeira pedra de um parque de estacionamento: o inauguracionismo à beira do ridículo
Há um estilo de campanha eleitoral que, por ser sobejamente conhecido não é menos utilizado. Consiste em usar o cargo público nos últimos meses antes das eleições para fazer inaugurações em série, como se fosse o normal desempenho de funções e dar a ideia de que os outros estão em campanha mas quem está em exercício não.
Alberto João Jardim tornou-se conhecido por inaugurar tudo e mais um par de botas e, na Madeira, o esquema resulta.
Quando, como aconteceu sexta-feira passada com a Presidente da Câmara de Almada, o inauguracionismo ds transforma em lançamento de primeira pedra de um parque de estacionamento, que só estará pronto bem depois das eleições, o modelo está a ser puxado para limites próximos do ridículo.
Acresce que este parque devia ter estado pronto ao mesmo tempo que começou a circular o Metro, se a obra tivesse sido bem planeada e executada. Como um comerciante da zona disse à reporter do Jornal de Notícias que cobriu a cerimónia "estamos há dois anos e meio a sofrer com as obras do metro e agora vamos sofrer com as do parque".
De facto, na sexta-feira passada o desespero inauguracionista levou a que a Câmara tivesse chamado os jornalistas para o lançamento formal da primeira pedra de um parque de estacionamento cujas obras começam agora, estará pronto no fim do ano e já devia estar a funcionar há três anos. Não acredito que os almadenses, gente de grandes pergaminhos democráticos e eleitores esclarecidos, se deixem embarcar em jardinismo tão incipiente.
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2 comentários:
Lembro o amigo Paulo Pedroso, que havia propostas em cima da mesa para fazer um metro subterraneo. A sua camarada de partido e secretária de estado dos transportes Ana Paula Vitorino recusou sempre essa alternativa. Talvez as coisas fossem diferentes.
Ja agora desafio-o a vir fazer campanha à freguesia mais pobre de Almada, que é a Trafaria. Seria bom sentirmos que ha problemas mais graves como a fome, os bairros clandestinos etc a resolver em Almada.
Luis Nunes não tem razão. O metro ligeiro que foi proposto foi sempre um método de superfície. Pessoalmente, até acho que mesmo o metro ligeiro, em alguns pontos, deve ser subterrâneo e que há casos em que se justifica, incluindo em Almada. Mas tentar dizer que o metro esteve para ser subterrâneo é uma pura mistificação.
Quanto à Trafaria, acredito que não esteja a acompanhar a campanha do PS, mas se for ao Espaço Almada 2009 (www.almada2009.om) descobrirá não só o que já foi feito como o que vai sendo planeado. Apareça!
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