17.4.09

A vitalidade da democracia americana

Os mecanismos internos da democracia americana continuam a ser a mais eficaz garantia que temos de que um dia saberemos até onde chegaram os atropelos da administração Bush, violando regras básicas de direito internacional e direitos fundamentais em nome do combate ao terrorismo. Lá, a raison d'État não se sobrepõe duradouramente ao apuramento da verdade, o que só reforça a futilidade de tentar, como diz a Casa Branca, "negar factos que estão há algum tempo no domínio público". No Público pode ler-se a notícia de uma vitória da American Civil Liberties Union, que conduziu à publicação - para já parcial - dos memorandos secretos que tentaram justificar o uso da tortura por parte da CIA e os extractos desses domumentos que foram tornados públicos. Que a democracia americana não deixe que esse tipo de comportamentos fique no limbo, é um sinal da sua vitalidade.

1 comentário:

Luis Nunes disse...

Estava há dias a falar com um amigo meu nova-iorquino que conhece bem Portugal, o Eddie.

Dizia-lhe eu à boa maneira portuguesa de “coitadinhos”:

Sabes Eddie, nós os portugueses somos pobres...

Esta foi a sua resposta:

Luis, como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capaz de pagar por um litro de gasolina mais do triplo do que pago eu?

Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade, de telefone móvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?

Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços bancários e cartões de crédito ao triplo que nos custam nos EUA, ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 dólares o equivalente 20.000? Podem dar 8.000 dólares de presente ao vosso governo e nós não.

Não te entendo.

Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2% de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 20% ainda pagais impostos municipais.

Além disso, são vocês que têm “impostos de luxo” como são os impostos na gasolina e gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc, que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até certos a 300% do valor original e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado vai à falencia, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado.

Sois pobres onde Luis?

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e de Empresas ligadas ao Estado.

Deixa-te de tretas Luis, sois pobres onde?

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2000 €. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações municipais, enquanto que nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam muito mal o vosso dinheiro.

Que vou responder ao Eddie?

Por favor dê-me sugestões.