Joana (nome fictício duma africana real) é uma jovem filha de pais de S. Tomé. Terá agora talvez uns 22 anos e reside em Portugal desde criança.
O seu processo de naturalização arrastou-se na nossa tradicional burocracia durante vários anos. Joana era atleta duma pequena colectividade da Margem Sul.
Quando começou a obter bons resultados desportivos em Portugal e no estrangeiro mudou-se para um grande clube nacional e lisboeta.
E duma penada a federação obteve a rápida naturalização da Joana que passou a representar Portugal.
A minha dúvida é esta: naturalizaram a Joana, receberam-na como uma portuguesa como nós, ou "nacionalizaram" os seus resultados desportivos?
E se Liedson não fosse o atleta que é e servisse bicas num café da Costa da Caparica e não pudesse "salvar" a selecção nacional?
Teria a mesma facilidade em ser "nacionalizado"?
Tenho um grande respeito por aqueles que, nascidos noutras partes do mundo, vivem em Portugal e decidem ser portugueses. São portugueses por opção e não pela circunstância de terem nascido cá.
Mas não haverá um aproveitamento, um interesse pouco nobre nas naturalizações de muitos atletas que o fazem por não conseguirem integrar as selecções dos seus países de origem?
A relação de cada um com a sua pátria pode ter a ver com a sua família, com o local onde nasceu, com o local onde vive ou com o local onde se sente bem acolhido e a que sente pertencer. Sem dramas, com regras. O Carlos Pinto tem razão, adquirir a nacionalidade não devia ser mais fácil aos atletas de alto rendimento que ao cidadão que tira bicas. Mas o erro não está onde o localiza; está no ponto oposto.
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Joana (nome fictício duma africana real) é uma jovem filha de pais de S. Tomé. Terá agora talvez uns 22 anos e reside em Portugal desde criança.
O seu processo de naturalização arrastou-se na nossa tradicional burocracia durante vários anos. Joana era atleta duma pequena colectividade da Margem Sul.
Quando começou a obter bons resultados desportivos em Portugal e no estrangeiro mudou-se para um grande clube nacional e lisboeta.
E duma penada a federação obteve a rápida naturalização da Joana que passou a representar Portugal.
A minha dúvida é esta: naturalizaram a Joana, receberam-na como uma portuguesa como nós, ou "nacionalizaram" os seus resultados desportivos?
E se Liedson não fosse o atleta que é e servisse bicas num café da Costa da Caparica e não pudesse "salvar" a selecção nacional?
Teria a mesma facilidade em ser "nacionalizado"?
Tenho um grande respeito por aqueles que, nascidos noutras partes do mundo, vivem em Portugal e decidem ser portugueses. São portugueses por opção e não pela circunstância de terem nascido cá.
Mas não haverá um aproveitamento, um interesse pouco nobre nas naturalizações de muitos atletas que o fazem por não conseguirem integrar as selecções dos seus países de origem?
A relação de cada um com a sua pátria pode ter a ver com a sua família, com o local onde nasceu, com o local onde vive ou com o local onde se sente bem acolhido e a que sente pertencer. Sem dramas, com regras. O Carlos Pinto tem razão, adquirir a nacionalidade não devia ser mais fácil aos atletas de alto rendimento que ao cidadão que tira bicas. Mas o erro não está onde o localiza; está no ponto oposto.
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