3.9.09

O Liedson é tão português como a Marta

Concordo com o Pedro Vieira. O problema não é a Marta Rebelo ter escrito este texto, é mesmo ter-lhe passado pela cabeça tal coisa.

2 comentários:

Carlos Pinto disse...

Joana (nome fictício duma africana real) é uma jovem filha de pais de S. Tomé. Terá agora talvez uns 22 anos e reside em Portugal desde criança.

O seu processo de naturalização arrastou-se na nossa tradicional burocracia durante vários anos. Joana era atleta duma pequena colectividade da Margem Sul.

Quando começou a obter bons resultados desportivos em Portugal e no estrangeiro mudou-se para um grande clube nacional e lisboeta.

E duma penada a federação obteve a rápida naturalização da Joana que passou a representar Portugal.

A minha dúvida é esta: naturalizaram a Joana, receberam-na como uma portuguesa como nós, ou "nacionalizaram" os seus resultados desportivos?

E se Liedson não fosse o atleta que é e servisse bicas num café da Costa da Caparica e não pudesse "salvar" a selecção nacional?

Teria a mesma facilidade em ser "nacionalizado"?

Tenho um grande respeito por aqueles que, nascidos noutras partes do mundo, vivem em Portugal e decidem ser portugueses. São portugueses por opção e não pela circunstância de terem nascido cá.

Mas não haverá um aproveitamento, um interesse pouco nobre nas naturalizações de muitos atletas que o fazem por não conseguirem integrar as selecções dos seus países de origem?

Paulo Pedroso disse...

A relação de cada um com a sua pátria pode ter a ver com a sua família, com o local onde nasceu, com o local onde vive ou com o local onde se sente bem acolhido e a que sente pertencer. Sem dramas, com regras. O Carlos Pinto tem razão, adquirir a nacionalidade não devia ser mais fácil aos atletas de alto rendimento que ao cidadão que tira bicas. Mas o erro não está onde o localiza; está no ponto oposto.