13.4.10

O PEC de novo: grandes objectivos, grandes dificuldades, grandes escolhas. Qual seria a sua?

Segundo o Público de hoje, a Comissão Europeia admite que sejam necessárias medidas adicionais ao PEC. Veremos como fica a decisão final da CE, mas atentemos no relato do jornal:

Rehn congratula-se por outro lado pelo facto de a consolidação orçamental se fazer sobretudo pela via do corte das despesas primárias, mas lança dúvidas sobre a eficácia das medidas anunciadas para limitar o endividamento das empresas públicas: "o tecto anual para os aumentos nominais da dívida, apesar de estarem numa trajectória descendente, estão acima das taxas de crescimento nominal assumidas do PIB, o que poderá agravar ainda mais o ratio da dívida para todo o grupo das empresas públicas". O comissário aconselha assim vivamente o Governo a adoptar quadros orçamentais plurianuais para garantir o cumprimento das metas e "conter firmemente" as despesas públicas, melhorar a qualidade das finanças públicas, nomeadamente encarando "de forma decisiva" a situação das empresas públicas deficitárias, e intensificar as reformas estruturais destinadas a melhorar a produtividade, a competitividade e os desequilíbrios externos. Confrontada pelo PÚBLICO com esta informação, a porta-voz do Ministério das Finanças afirmou que só irão comentar depois de conhecido o documento.


A confirmar-se esta leitura, como é altamente provável que aconteça, a CE está mais pessimista que o governo português sobre a evolução económica, concorda com a estratégia de corte da despesa pública e coloca sobre pressão a evolução da dívida das empresas públicas.
Eis a resposta da CE ao dilema do Ministro das Finanças para cujo debate pedi aos leitores que contribuissem sob a forma do questionário que está aberto.
Se vier a concretizar-se o cenário macroeconómico pessimista de Bruxelas, o próprio Ministro pode vir a ter que dizer o que fará como próximo passo e não teremos apenas para discutir o conteúdo dos passos já dados. Também por isso se justifica manter acesa a discussão sobre como fazer consolidação orçamental e como a conjugar com as outras prioridades da acção governamental.
 

1 comentário:

MFerrer disse...

Aqui até podemos beneficiar de um estatuto de grande irresponsabilidade e dar palpites a esmo.
É o que vou fazer:
Se um dos nossos mais graves condicionamentos é a carga fiscal sobre o trabalho, e que resulta de obrigações assumidas com pensões, a mais das vezes atribuídas em regime de grande injustiça social, há que cortar o mal pela raiz:
Há que plafonar as pensões acima de um determinado nível, e em especial a todos os que se reformaram com menos de 60 anos sem ser por razões de invalidez.
Há que taxar violentamente os terceiros, os quartos empregos e por aí fora!
Somar três pensões do Estado com mais três ou quatro ordenados de outros tantos empregos, devia ser proibido.
Criar-se-iam milhares de empregos instantâneos, reduzir-se-ia o consumo de bens supérfluos e importados, e criavam-se melhores condições para o investimento e aliviava-se o trabalho de impostos para pagar pensões injustas.
É pedir muito?
Isto é um plano de esquerda?
Pelo menos era um plano nacionalista e popular.
O PS pode estar enquistado noutras soluções mais quimicamente de esquerda e menos populistas. No entanto, ao abrir caminho a medidas populistas da direita, está a esbanjar um capital que é seu e que pode perder de repente com uma proposta vinda de outra banda...
E ela virá, tenho a certeza. Virá, mas acompanhada de nacionalizações e da retirada do Estado da Saúde e da Edicação, pelo menos...
Cumps.