A novidade, contudo, reside no surgimento de um novo bloco político com a aliança entre a estrela da velha geração da resistência no exterior e o protagonista da mais jovem geração da resistência clandestina, estudantil e urbana. Facilmente se vê o Partido Democrático de Fernando La Sama depois de reforçado com a adesão estratégica de Ramos Horta como a nova força do "meio", o centro que não tem que o ser ideologicamente, mas o é por posição.
Os dois afastados da segunda volta das eleições presidenciais marcaram com o anúncio feito hoje as próximas legislativas. Ainda não se sabe quem será o vencedor, mas já se sabe quem será o árbitro e que desafios poderá colocar ao início de mandato do sucessor de Ramos Horta. Recorde-se que, ao contrário da tradição portuguesa, já há em Timor Leste precedente de o partido que fica em segundo nas eleições poder liderar o Governo. Aconteceu assim com Xanana e o CNRT nas últimas legislativas. Pode voltar a acontecer, se o próximo Presidente ler a Constituição da mesma maneira que Ramos Horta o fez e os partidos o pedirem.
Com um novo partido político, como o que na prática resulta do apoio de Ramos Horta a La Sama, o sistema partdário timnorense sofrerá uma nova reconfiguração. Depois da diferenciação entre uma direita e uma esquerda com o afastamento entre os homens do actual CNRT e da FRETILIN, nas últimas legislativas, Timor vai passar a ter um centro com a aproximação entre Ramos Horta e o PD. Com o sistema eleitoral timorense e a manutenção das tendências de dispersão partidária de um país com mais de vinte partidos para meio milhão de eleitores, esse centro poderá ditar quem efectivamente governará o país nos próximos cinco anos.
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