5.5.10

5-3, um balanço sintético do lançamento da candidatura de Manuel Alegre.

Manuel Alegre apresentou a candidatura  nos Açores com um discurso que está disponível aqui. Ao lê-lo, houve partes em que teria aplaudido se lá tivesse estado e outras em que teria torcido o nariz.

Aplaudiria:

1. A demarcação em relação à “cooperação estratégica”, que se revelou um eufemismo de Cavaco Silva para tentar legitimar tentativas de interferência presidencial na àrea de actuação do Governo.
2. O europeísmo presente na defesa de políticas europeias de coordenação económica e de estabilização financeira para responder à crise.
3. A leitura da crise, denunciando o presente ataque especulativo de que somos vítimas e afirmando a necessidade de defender o Euro.
4. A afirmação de que a saída para a crise deve ser pela via de mais resposta pública e de mais solidariedade europeia e mencionando claramente o investimento público gerador de emprego, o combate às desigualdades e a distribuição mais justa de rendimentos.
5. O empenho na preservação da ordem constitucional, equilíbrio de filigrana permanentemente sob pressão.


Teria torcido o nariz a:


1. Ter sido omisso em relação aos novos desafios à cidadania que implicam revisitar os direitos cívicos e afirmar uma nação portuguesa cosmopolita para o século XXI, batalha em que bem precisamos de um Presidente da República
que se demarque do conservadorismo do actual.
2. Ter-se declarado apenas republicano e socialista. Para não repetir a trilogia de Mário Soares não necessitava de omitir o valor da laicidade. Um escritor sempre conseguiria encontrar outro equilíbrio para os mesmos valores, sem incorrer na omissão de um aspecto matricial do espírito republicano, ainda para mais tendo em conta a propensão actual de tanta gente para, no mínimo, o contornar.
3. Dizer-se candidato em nome das gerações mais novas. É uma proclamação recorrente e, se visa ganhar votos nesse segmento, ineficaz. Mais, é contraproducente.

1 comentário:

Nuno disse...

Ter este "gajo" que anda ha' 30 anos a falar muito sem dizer nada a intitular-se candidato em nome dos jovens e' um insulto 'a inteligencia dos jovens, dos de meia-idade, e dos idosos.
Se ele estivesse de facto tao preocupado com os jovens, preocupava-se com o maior cancro que os mata (o tragico sistema educativo em Portugal) e percebia que um sistema de avaliacao de professores e' fundamental para que os alunos tenham sucesso em vez de serem os analfabetos funcionais que o sistema de ensino da FENPROF anda a produzir. Se ele estivesse de facto em nome dos jovens nao tinha andado a cozinhar a anterior ministra da educacao em lume brando so' porque havia muito barulho populista 'a volta disto. Ele e' um candidato em nome do seu ego doentio, e nada mais que isso.