O Presidente da Rússia que Putin designou teve o privilégio de anunciar ao Partido da Rússia Unida que o próximo Presidente seria o ex-designante.
É evidente que pelo meio haverá um processo eleitoral e que a real adesão popular ao candidato há-de decidir se o seu resultado final é de 70 ou de 90%, mas na semidemocracia russa, o próximo Presidente - por mais dois mandatos - já é conhecido e será de novo Vladimir Putin. Talvez Medvedev, para a dança das cadeiras ser perfeita, volte a Primeiro-Ministro.
O sistema constitucional russo foi desenhado para impedir a perpetuação do poder pessoal centenária na Rússia dos czares (que foram vermelhos por umas décadas). Mas o sistema político de aliança entre o novo partido hegemónico e a oligarquia alimentada pelos ex-aparatchiks sobrepôs-se-lhe. Os czares e os ditadores não se reformam. Quando são fortes morrem de velhos, como Putin demonstrará.
No twitter, hoje, @javiersolana augurou a possibilidade da passagem da Rússia, nos próximos mandatos de Putin de emergente a decadente. Os sinais desse risco, a bem dizer, nunca desapareceram por completo. Mas este passo de Putin faz lembrar uma vez mais que a incapacidade de renovar elites dirigentes na Rússia costuma levar por esse caminho.
1 comentário:
Concluiria referido Maquiavel
(cito de côr):
"Se não consegues derrotar o teu inimigo, junta-te a ele".
Boa Tarde.
Bom Dia de Descanso.
Boa Semana.
Cordiais Saudaçoes de Muito Apreço
ACÃCIO LIMA
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