22.9.11

Lições da história das federações monetárias

Este estudo da história das cinco federações monetárias anteriores à zona Euro - EUA, Canadá, Alemanha, Brasil e Argentina - chegou a quatro conclusões de que pretende tirar lições para o Euro:

  1. "No-bailout rule", para forçar a disciplina orçamental dos membros da federação;
  2. Nível adequado de independência dos membros (no caso os Estados-membro) para controlar as receitas e as despesas, por forma a poderem ter opções políticas próprias;
  3. Um bom mecanismo de redistribuição entre membros para ser usado em períodos de crise, o que é fabilitado por "common bond" (as Eurobonds, no caso do Euro).
  4. Capacidade de adaptação a circunstâncias económicas e políticas próprias.



Aceitando as 4 lições como guião, o que vemos que faz a zona Euro? "bail-outs" emnm vez de redistribuição; não tem recursos federais para fazer essa redistribuição nem dispõe de eurobonds; move-se lentissimamente na adaptação às circunstâncias e não tem governo económico europeu. Mantém grande autonomia nacional, mas fortemente coarctada, para os Estados em crise, pelo domínio externo imposto pelos regimes de "bail-out" que funcionam como controlo exógeno e não como condicionamento próprio de um mecanismo solidário.
É certo que caminhamos para a criação de um fundo de estabilização e que todos perceberam que o edifício de Maastricht ruiu. Voltando ao estudo, resta saber se a resiliência passada da UE às transformações económicas e políticas se mantém com o nível dos estadistas que temos na Europa de hoje.
É cedo demais para declarar a morte do Euro, embora seja este que está em perigo e não, como a miopia da política interna portuguesa julgou apenas um ou dois Estados-membros mal comportados.

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