Muita coisa me separa da análise que Carlos Brito faz do último governo e muita pedra haveria que partir para chegar de modo sério ao ponto de convergência política a que apela. Mas, perante o ataque ideológico da direita, cá como lá fora, a esquerda precisa de uma nova agenda se quiser ser alternativa. Por isso partilho inteiramente desta perspectiva:
Nada desculpa que perante a ofensiva violenta da direita, que está a provocar o brutal agravamento das condições de vida dos trabalhadores e de todo o povo, a esquerda permaneça dividida. Nenhuma das grandes formações políticas desta área pode ser desculpada.
O que é possível, por exemplo, na Dinamarca só é impossível em Portugal porque todas as esquerdas ainda vivem determinadas politicamente pelo lado da barricada em que estiveram no PREC, perante o Muro de Berlim ou ambos. Estamos em 2011, sabem?
PS. Para que não me avaliem mal. Entre o bloco central, a maioria de direita e o caos, o princípio da realidade continua a fazer-me preferir o bloco central. Mas esse é o resultado de erros nossos, sectarismo ardente, má fortuna.
4 comentários:
Paulo, só para dizer que prefiro esta organização do blogue.
(Ah, o bloco central: estamos condenados a isso, enquanto o PS não fizer o trabalho de casa. Na verdade, o BE e o PCP estão descansados, o PS não os incomoda, no que toda à "grande esquerda" não precisam de pensar, apenas de salivar. O PS - para alguma coisa é o maior da esquerda - é que tem de levantar o rabinho do banco e fazer alguma coisa. Mitterrand percebeu isso há muitos anos. Já morreu há muito e nós por cá continuamos sem perceber.)
Sublinho ao apelo à esconjura do "Sectarismo".
Sublinho o apelo a uma "Nova Estratégia Global da Esquerda", ajustada às alterações registadas no "Modo de Produção", que mantendo-se capitalista, se alterou, e muito.
Impõe-se uma nova Geração de Políticas Sociais e uma procura ativa de variantes na Políticas Ativas de Emprego.
Não é "Mudança de Estilo" que dá resposta as populações.
Em texto meu no "Aspirina B" sublinhava a questão do "Sectarismo".
Bom Dia.
Cordiais e Amistosas Saudações de Muito Apreço
ACÁCIO LIMA
Caríssimo,
Mas, como é possível uma aproximação que seja com o PCP, ou BE, que pararam na consigna de Estaline "atacar, atacar, os sociais-democratas". Esses são os nossos adversários principais, era assim que o ditador soviético sustentava as ordens emanadas para o Komitern dirigido por Dimitrov.
Jerónimo e Louçã são, como aquele gosta de dizer, "farinha do mesmo saco".
Se temos a direita no poder ao PCP e ao BE o devemos...
Eu, cada vez mais, sustento uma "aliança" PS/PSD mas com actores diferentes e filosofias distintas das actuais lideranças (Seguro e Passos Coelho).Estou a pensar, do lado socialista, em Ferro Rodrigues e, do lado dos "sociais-democratas", em Santos Silva, o banqueiro).
Obrigado, Porfírio, aliás a tua reorganização também me inspirou. (Já agora, partilho a tua leitura sobre as responsabilidades do PS, sabendo contudo que "nós por cá todos bem".)
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